Revista Adultos Betel 3 trimestre de 2023
Lição 04 – Amós – É tempo de buscar ao Senhor de todo o coração
Tema da Revista: PROFETAS MENORES DO ANTIGO TESTAMENTO – Proclamando o arrependimento, justiça e fidelidade a Deus. Anunciando a esperança da salvação através do Messias.
Lição 04 Betel Adultos 3 trimestre 2023Comentarista: Antônio Paulo Antunes
Editora Betel 3 trimestre 2023 – Escola Dominical
EBD Revista Editora Betel | 3° Trimestre De 2023 | TEMA: PROFETAS MENORES DO ANTIGO TESTAMENTO – Proclamando o arrependimento, justiça e fidelidade a Deus. Anunciando a esperança da salvação através do Messias. | Escola Biblica Dominical | Lição 04: Amós – É tempo de buscar ao Senhor de todo o Coração
TEXTO ÁUREO
“Porque assim diz o Senhor à casa de Israel: Buscai-me, e vivei.” Amós 5.4
VERDADE APLICADA
Como discípulos de Cristo somos chamados a um viver coerente com a fé e os valores bíblicos.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Apresentar o cenário da mensagem do profeta Amós.
Destacar a essência da mensagem do profeta Amós.
Identificar Lições do livro de Amós para os dias de hoje
TEXTOS DE REFERÊNCIA
AMÓS 7
7- Mostrou-me também assim: eis que o Senhor estava sobre um muro levantado a prumo, e tinha um prumo na sua mão.
8- E o Senhor me disse: Que vês tu, Amós? E eu disse: Um prumo. Então disse o Senhor: Eis que eu porei o prumo no meio do meu povo Israel; nunca mais passarei por ele.
9- Mas os altos de Isaque serão assolados, e destruídos os santuários de Israel; e levantar-me-ei com a espada contra a casa de Jeroboão.
14- E respondeu Amós, e disse a Amazias: Eu não era profeta, nem filho de profeta, mas boieiro, e cultivador de sicômoros.
15- Mas o Senhor me tirou de após o gado, e o Senhor me disse: Vai e profetiza ao meu povo Israel.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA – 2Cr 7.14 Um chamado ao arrependimento.
TERÇA – SI 7.17 Louvar ao Senhor segundo a sua justiça.
QUARTA – SI 9.8 O Senhor julgará o mundo com justiça
QUINTA – SI 15.1-2 O verdadeiro cidadão dos céus.
SEXTA – SI 51.1-4 Davi confessa o seu pecado e suplica perdão.
SÁBADO – Jo 1.9 Cristo é fiel e justo para nos perdoar
Hinos Sugeridos: 196, 290,326
MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore para que sua prática religiosa não seja apenas de lábios, cerimonialismo e rituais
EBD Hoje – Escola Dominical | Revista Betel | 3º Trimestre de 2023 | Betel Dominical Adultos – PROFETAS MENORES DO ANTIGO TESTAMENTO – Proclamando o arrependimento, justiça e fidelidade a Deus. Anunciando a esperança da salvação através do Messias. | Comentarista Antônio Paulo Antunes | Betel adultos 3 trimestre 2023 Lição 04 – Escola Dominical
ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1– O cenário da mensagem do profeta Amós
2– A essência da mensagem
3– Amós para hoje
Conclusão
INTRODUÇÃO
Amós denunciou a injustiça e a corrupção e, por isso, precisou enfrentar tudo que se opunha à sua mensagem profética. Sua vida nos mostra que realizar a vontade de Deus não isenta ninguém de enfrentar obstáculos.
PONTO DE PARTIDA
Deus exige retidão e justiça do Seu povo.
1- O cenário da mensagem do profeta Amós
O livro de Amós revela um cenário onde a religiosidade era intensa. No entanto, o povo estava distante da presença de Deus. Era uma vida espiritual de aparências. Embora continuassem a praticar os rituais exigidos pela lei e, em alguns casos, se excedessem na observância da lei, os corações estavam afastados do Senhor.
1.1. Sobre o profeta Amós. Amós era um homem de Deus, que trabalhava no campo com gado e com a agricultura, em uma pequena cidade no interior da Judéia chamada Tecoa [Am 1.1; 7.14-15 ]. Seu nome significa “carregado”, no sentido de carregar peso. O profeta não era membro de uma família sacerdotal, como os profetas Jeremias e Ezequiel, ou um profeta palaciano, como os profetas Isaías e Daniel. No entanto, Amós foi um servo de Deus humilde, corajoso e obediente. Ele, corajosamente, entregava o recado de Deus aos poderosos do povo, cumprindo as ordens do Senhor.
Manual Bíblico – Entendendo a Bíblia (CPAD, 2011, p. 282): “Amós também tinha um bosque de figueiras. Assim, era um pastor e também um agricultor, e vivia aproximadamente a 16 quilômetros ao sul de Jerusalém. (…) A sua eloquente prosa e poesia sugerem que ele era algo mais do que um pastor contratado ou lavrador. Aparentemente, era um homem instruído, e talvez o proprietário do rebanho e do bosque. Ele diz que viveu quando Jeroboão era rei de Israel (786-746 a.C.). A prosperidade natural de que Amós fala se encaixa com as condições da última parte do reinado de Jeroboão, começando aproximadamente em 760 a.C.”
1.2. A rejeição sofrida por Amós. Diante daquele cenário de intensa religiosidade, injustiça, corrupção e opressão, o profeta Amós enfrentou forte oposição quando transmitiu a mensagem de Deus. Um sacerdote de Betel, chamado Amazias, tentou expulsar Amós do país quando ouviu as palavras que confrontavam o povo e seus pecados. Amazias se utilizou de falsos subterfúgios para calar e intimidar o profeta:
a) recorreu ao rei Jeroboão, mentindo para obter a aprovação do rei e sucesso em seus intentos contra Amós [Am 7.10];
b) usou o povo contra Amós [Am 7.11];
c) desdenhou sobre a origem do profeta, usando-a como argumento para desacreditar sua mensagem [Am 7.12];
d) com a autoridade que possuía, tentou se proteger citando o santuário do rei e não o templo do Senhor [Am 7.13].
R. N. Champlin: “Amazias era o sacerdote oficial do santuário real de Betei. Amós tinha asseverado de que ele não era um profeta profissional [1 Sm 9.6-10; Mq 3.5-8, ll].E n e m era membro de alguma guilda profética [1 Sm 10.5; 1 R s 22.6; 2Rs 2.3, 5], Antes, era um leigo a quem Yahweh tinha enviado para proferir profecias a Seu povo [Am 3.3-8; 2Sm 7.8], (…) A classe liderante reagiu violentamente contra as profecias de condenação de Amós.”
1.3. A resposta do profeta Amós. Embora não faltassem esforços do sacerdote Amazias para impedir que Amós continuasse com sua mensagem da parte de Deus, o profeta se manteve fiel ao cumprimento de sua missão e argumentou em sua defesa:
a) Amós era oriundo do campo, não pertencia a elite religiosa ou civil do seu povo: “Eu não era profeta, nem filho de profeta” [Am 7.14];
b) Amós tinha consciência de que a única autorização necessária para cumprir seu ministério era o chamado de Deus [Am 7.15];
c) O profeta não se escondeu, não se calou ou mesmo se intimidou diante das ameaças sofridas pelo sacerdote, alguém que supostamente, deveria apoiá-lo [Am 7.16-17].
R. N. Champlin: “É verdade que Amós não pertencia a uma família profética, nem era filho de um profeta, muito menos membro de uma escola profética; ou seja, ele não era um profeta profissional. Mas e daí? Amazias, o chamado sumo sacerdote do reino apostatado de Jeroboão, também não tinha credenciais tradicionais, não pertencendo à família de Arão, a qual era um segmento da tribo de Levi. Amós era apenas um boieiro e colhedor de sicômoros. Em outras palavras, era um fazendeiro. No entanto, ele atraiu o poder e a sabedoria de Deus, e também a luz profética, por ser um homem piedoso. Foi escolhido para uma missão especial.”
EU ENSINEI QUE:
A verdadeira espiritualidade é refletida diariamente em um estilo de vida que agrada ao Senhor e atrai outros para conhecê-Lo e servi-Lo
2- A essência da mensagem
O livro de Amós pode ser dividida nos seguintes temas: nos capítulos 1 e 2, o profeta prega para o povo de Deus, especialmente o reino do Norte, Israel. Já nos capítulos de 3 a 6, as mensagens de Amós são proferidas diretamente para Israel e seus líderes. Nos últimos capítulos, de 7 a 9, Amós relata suas visões a respeito do juízo de Deus, o Dia do Senhor.
2.1. A justiça de Deus. Entre o povo de Deus, a sensibilidade e o amor ao próximo eram coisas tão distantes que pessoas honestas eram vendidas como escravos, caso não pudessem pagar suas dívidas. O pecado estava tão enraizado e normatizado que os pais e os filhos se relacionavam sexualmente com a mesma mulher, profanando a santidade e o nome de Deus. Nesse estilo de vida tão contrário aos ensinamentos de Deus, era comum comer comidas oferecidas aos ídolos; a injustiça imperava entre a liderança religiosa que se escondia atrás de uma falsa moralidade e uma espiritualidade vazia, oferecendo cultos que não agradavam mais ao Senhor [Am 2.6-8; 4.5; 5.12, 21-22].
R. N. Champlin: “(…) mais espaço foi dedicado à condenação de Israel, visto que Amós foi um profeta especificamente enviado a Israel. Em certo sentido, Israel, a oitava das nações a ser denunciada, era a pior de todas. Tinha os elevados privilégios de Judá, mas desde o começo da nação, com Jeroboão I (que separou as dez tribos das duas, Judá e Benjamim), Israel tornou-se podre na idolatria.”
2.2. Deus exige retidão e justiça do Seu povo. Retidão é a conduta correta, especialmente nos lugares onde a justiça deve alcançar todas as pessoas independente de sua classe social: “Corra, porém, o juízo como as águas, e a justiça, como o ribeiro impetuoso.” [Am 5.24]. Não existe retidão onde não há justiça e a justiça sem a retidão não passa de um engano. A falta de retidão era sentida nas três esferas da vida pública no tempo do profeta Amós: nos tribunais, nas classes sociais mais favorecidas e no culto a Deus. Cabe ao povo de Deus ser exemplo de retidão e justiça, amar a Deus e o próximo de forma prática e não apenas com discursos evasivos e vazios, especialmente os menos favorecidos, isto é, os menos amados na prática.
Revista Betel Dominical, 2° Trimestre/ 1994 – Auxílios Didáticos ao Professor, p. 16: “Moralmente a nação estava corrompida, tanto interna quanto externamente. A aristocracia era rica, porém perversa. Profetas e sacerdotes viviam a serviço dos seus próprios interesses. Injustiça social era o que havia. Os poderosos tinham sempre razão. Usurpavam os pobres e viviam na suntuosidade e no vício. Em tudo a nação era pagã, com exceção do nome.”
2.3. A necessidade do verdadeiro arrependimento. Amós devia visitar os lugares onde estavam os templos para os outros deuses, Betel e Gilgal. Sua missão era profetizar contra a idolatria com as estátuas, que o rei Roboão tinha feito. Era preciso trazer à memória do povo as palavras que Deus tinha dito a Moisés, quando Josué renovou a Aliança no Monte Ebal [Js 8.32], O povo estava mergulhado na idolatria e Deus alertou sobre as sérias consequências para esse tipo de atitude [Dt 30.15-20]. Então, o profeta Amós age como mediador suplicando a misericórdia de Deus. O profeta não justifica ou compactua com o erro de seus compatriotas, ele sabe que a ira do Senhor é pertinente. O povo pecou e por causa disso Amós pede perdão [Am 7.2].
David Allan Hubbard (Joel e Amós – Introdução e comentário, Vida Nova, 1996, p. 231-232): “Atônito diante do quadro devastador, Amós implora perdão a Deus (perdoa); a forma gramatical é um imperativo intensificado por uma partícula que dá a ideia de urgência: “por favor” ou “agora”. Ainda que a narrativa da visão não traga nenhum relato de pecado, Amós sabe que os gafanhotos são a promulgação do juízo sobre Israel desobediente; daí o pedido de perdão (…) O fundamento para o pedido de Amós é a fragilidade e vulnerabilidade de Israel (aqui chamado de Jacó; cf 3.13; 6.8; 9.8).”
EU ENSINEI QUE:
Sem a justiça, a retidão e o arrependimento, não há solução para os problemas da humanidade.
3- Amós para hoje
O fato de Amós interceder pelo povo não o tomou complacente com o pecado. Tampouco o fato de a injustiça permear todas as camadas da sociedade de sua época, especialmente os mais vulneráveis, o fez calar mediante os pecados que cometiam contra Deus. Amós não deixou de cumprir seu ministério e anunciar o iminente juízo de Deus como forma de disciplinar o povo de Israel.
3.1. Privilégios e responsabilidades. O fato de Israel ser o povo escolhido trazia-lhes a falsa segurança de que estavam isentos do julgamento de Deus. O profeta Amós, porém, os confrontou com tal pensamento [Am 3.2], para que entendessem que tal privilégio imputava-lhes grandes responsabilidades. O amor de Deus também se manifesta em julgamento e disciplina sobre aqueles que insistem em viver à margem dos Seus preceitos, principalmente dos que já experimentaram uma vida de devoção e comunhão com Ele. O escritor J. A. Motyer afirmou: “O destaque particular de Amós é o seguinte: quanto mais perto de Deus se encontra, mais próximo o juízo e mais certo o julgamento. Por causa do privilégio de serem salvos, mais será exigido daqueles que mais receberam; quanto maior a luz, maior o risco”.
Ev. Valdilon Ferreira Brandão (Revista Betel Dominical, 2° Trimestre/1994, p. 19) descreve alguns dos pecados indesculpáveis de Israel: “a) O pecado contra a revelação – O privilégio de Israel ser a nação eleita de Deus não o faria mais importante que as demais nações, a ponto de poder pecar. Acarretava, antes de tudo, o dever de ser luz para as nações e não igualar-se a elas. Assim como Israel, muitos de nós temos esquecido do dia da nossa libertação, vivendo em situações que não nos identificam com o nosso libertador, com nossa aliança de batismo (…).”
3.2. A inutilidade do formalismo religioso. A mensagem de Amós é muito clara: “Corra, porém, o juízo como as águas, e a justiça, como o ribeiro impetuoso.” [Am 5.24]. Isso significa que o formalismo religioso e o cerimonialismo nada representam diante de Deus se não estiverem acompanhados de atitudes que demonstrem o amor e o cuidado de Deus pelos homens. A indiferença da Igreja mediante as mazelas que acompanham aqueles que se encontram em situação de desamparo e abandono depõe contra ela, ainda que tenha excelentes e elaboradas programações. O ativismo do calendário não pode e não deve substituir o socorro aos aflitos e desvalidos onde quer que estejam.
R. N. Champlin: “Em contraste com a religião vazia (algo repelente, que Yahweh odeia), temos a verdadeira religião, que se manifesta por meio da justiça, a qual é tão abundante que rola como um riacho descendo pelas faldas dos montes; e também há a retidão, que é como uma torrente que flui de forma perene. Encontramos aqui as “águas” da vida, e não o vinho do deboche. Essa é a essência da verdadeira fé, a fé que parte do coração [Pv 4.23].”
3.3. Uma mensagem de esperança. Em Amós encontram-se muitas palavras sobre sofrimento, destruição e morte, e poucas palavras sobre otimismo e esperança. Mas isso não invalida a mensagem final sobre a esperança de um futuro melhor [Am 9 .11-15 ]. Devido aos pecados dos povos, Deus mandaria Seu fogo destruidor e outros castigos com o juízo divino. Mas, no final da mensagem, o profeta reforça a graça, a misericórdia e o amor de Deus, ao se referir à oportunidade que todas as pessoas, de todas as nações, receberiam a mensagem de salvação, por meio do descendente de Davi, Jesus Cristo.
Ev. Valdilon Ferreira Brandão (Revista Betel Dominical, 2° Trimestre/1994, p. 20) comenta sobre as promessas finais de salvação em Amós: “Amós cumpriu a missão que havia recebido do Senhor. Entregou a mensagem de juízo divino sobre os pecados do povo. A aparente apatia de Israel quanto a mensagem de Amós não poderia ofuscar o evento que o profeta tanto almejava. Foi assim , que séculos mais tarde, alguém escrevendo sobre um descendente de Davi disse: “E O VERBO SE FEZ CARNE E HABITOU ENTRE NÓS” [Jo 1.14]. A palavra grega “habitou” se traduz literalmente “levantou tabernáculo ”, cumprindo assim a profecia messiânica de Amós [Am 9.11].”
EU ENSINEI QUE:
Deus é justo e, também, misericordioso.
CONCLUSÃO
A missão de cada crente é proclamar a mensagem de Deus no lugar que Ele mesmo designar. Todos devem pregar a mensagem de arrependimento e salvação atendendo ao chamado do Senhor. Amos inspira a cada crente com sua ousadia, comprometimento e fé naquele que o enviou.
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