Lição 09 Jovens CPAD 2 trimestre 2025

Esta lição destaca como o processo de amadurecimento espiritual e emocional de Davi foi conduzido pelo tempo de Deus. Desde a sua unção como rei até a concretização da promessa, ele passou por etapas de aprendizado, paciência e fidelidade. A trajetória de Davi nos ensina sobre a importância de confiar no Kairós divino, entender os processos de formação espiritual e reconhecer que a excelência e o caráter são forjados ao longo da caminhada. Um convite aos jovens para desenvolverem maturidade, submissão e dependência do Senhor em todas as fases da vida, lembrando que o tempo de Deus é perfeito.

Revista Jovens CPAD – Lição 09: Davi: forjado pelo tempo – 2 trimestre de 2025

Davi: forjado pelo tempo

Estude a Revista Jovens CPAD – Lição 09: Davi: forjado pelo tempo – 2 trimestre de 2025 da Escola Bíblica Dominical deste domingo. A Revista Jovens CPAD – Lição 09 ensina que Davi foi forjado pelo tempo, aprendendo paciência, fidelidade e maturidade até cumprir o propósito de Deus. O tempo divino é sempre perfeito!

  • Tema da Revista: DAVI – De Pastor de Ovelhas a Rei de Israel
  • Editora: CPAD | 2 trimestre 2025

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Resumo da Lição 09 Jovens CPAD 2 trimestre 2025

A Lição 09 da EBD Jovens CPAD 2 trimestre 2025 destaca como o processo de amadurecimento espiritual e emocional de Davi foi conduzido pelo tempo de Deus. Desde a sua unção como rei até a concretização da promessa, ele passou por etapas de aprendizado, paciência e fidelidade. A trajetória de Davi nos ensina sobre a importância de confiar no Kairós divino, entender os processos de formação espiritual e reconhecer que a excelência e o caráter são forjados ao longo da caminhada. Um convite aos jovens para desenvolverem maturidade, submissão e dependência do Senhor em todas as fases da vida, lembrando que o tempo de Deus é perfeito.

TEXTO PRINCIPAL 📜

“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.” (Ec 3.1)

RESUMO DA LIÇÃO

Entre o chamado de Davi e o início de seu reinado houve um grande espaço de tempo no qual ele pôde ser preparado por Deus para tal missão.

LEITURA SEMANAL 📅

Segunda1 Sm 16.13 – O jovem Davi é ungido
Terça1 Cr 11.3 – Davi, experimentado, finalmente é rei
QuartaHc 2.3 – Tudo tem o tempo certo
QuintaEc 8.6 – O tempo e o modo para todo propósito
Sexta2 Sm 5.6-10 – Davi cresceu, pois Deus era com ele
SábadoJr 33.3 – O clamor e o tempo certo

OBJETIVOS🎯

SABER que Davi teve que enfrentar longos anos de espera e preparação de preparação para receber as promessas de Deus;
RESSALTAR o tempo de Deus em nossas vidas;
COMPREENDER que a nossa caminhada é também um tempo de aprendizagem.

INTERAÇÃO

Prezado (a) professor (a), na lição deste domingo descobrimos que Davi foi chamado para uma missão muito especial, porém foi preciso um longo preparo até que pudesse, finalmente, iniciar o seu reinado em Israel Foi um tempo de muito aprendizado, sempre orientado sob a direção divina. O filho de Jessé conseguiu viver o Kairós e, ao longo desse “treinamento”, permaneceu convencido de que tudo estava sob o controle do Senhor. Que possamos seguir o exemplo deixado por Davi e, no tempo certo, viver os planos de Deus para as nossas vidas.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor (a), comece o primeiro tópico da lição fazendo a seguinte pergunta:
🤔“Basta, na obra do Senhor, ter a promessa, o sonho e o chamado?”
Ouça os alunos com atenção e incentivo à participação de todos.
Depois, explique que Davi foi ungido pelo profeta Samuel ainda na adolescência e era perfeitamente natural que muito ainda precisasse ser aprendido e amadurecido por ele.

Não basta a promessa (Js 1.1-9), o sonho (Gn 37.5-10) e o chamado (1Sm 16.1-13), é preciso que posturas após as promessas, sonhos e chamados sejam colocados sob nossas perspectivas; faz-se necessário que nos permitamos ser trabalhados pelo Senhor (Sl 18.30-35).

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Ao olharmos as histórias de Josué, José e Davi podemos perceber o quanto eles aprenderam a partir da visão inicial de suas caminhadas: nenhum se lançou em sua missão sem cuidadosamente compreender quais seriam suas ações no processo.

TEXTO BÍBLICO📖

1 Samuel 24.4-8
4 Então, os homens de Davi lhe disseram: Eis aqui o dia do qual o Senhor te diz Eis que te dou o teu inimigo nas tuas mãos, e far-lhe-ás como te parecer bem a teus olhos E declarou-se Davi e. mansamente, cortou a orla do manto de Saul.
5 Sucedeu, porém, que. depois, o coração doeu a Davi, por ler cortado a orla do manto de Saul:


6 e disse aos seus homens: O Senhor me guarde de que eu faça tal coisa ao meu senhor, ao ungido do Senhor, estendendo eu a minha mão contra ele, pois é o ungido do Senhor.
7 E. com estas palavras. Davi conteve os seus homens e não lhes permitiu que se levantassem contra Saul e Saul se clamasse da caverna e intrometeu-se no seu caminho.
8 Depois, também Davi se declarou, e saiu da caverna, e se reuniu por detrás de Saul. dizendo: Rei. meu senhor! E, olhando Saul para trás. Davi se inclinou com o rosto em terra e se prostrou.

INTRODUÇÃO

Estamos diante de um fator muito importante para que tudo aconteça da melhor forma possível o tempo. O tempo é um dos melhores professores, porém precisamos entender as palavras por ele escolhidas para nos ensinar. O Senhor escolheu e ungiu Davi para uma grande missão. Para tal, era necessário muito aprendizado nas mais diversas áreas da vida. Não foram momentos simples, mas o homem segundo o coração de Deus soube esperar e deixar ser moldado para cumprir os propósitos divinos.

I – LONGOS ANOS DE ESPERA E DE PREPARO

1 – Na espera, aprendizado.

Davi foi ungido pelo profeta Samuel ainda na adolescência e era perfeitamente natural que muito ainda precisava ser aprendido e amadurecido por ele, As tarefas por ele desempenhadas no campo eram, em complexidade, muito distantes das que um dia assumiria ao sentar-se no trono de Israel. No entanto, ali no campo com as ovelhas ele já era aquele que é mencionado como “o homem segundo o coração de Deus” (1Sm 13.14; At 13.22).

Não basta a promessa (Js 1.1-9). o sonho (Gn 37.5-10) e o chamado (1Sm 16.1-13), é preciso que posturas após as promessas, sonhos e chamados sejam colocados sob nossas perspectivas: faça-se necessário nos permitirmos ser obras pelo Senhor (Sl 18.30-35). Ao olharmos as histórias de Josué, José e Davi podemos perceber o quanto é necessário ser desenvolvido a partir da visão inicial de suas caminhadas, nenhum lançado-se em sua missão sem cuidadosamente compreender quais serão suas ações no processo.

O Senhor nos chama, mas também nos convoca ao preparo, ao amadurecimento e ao tempo de relacionamento com o divino em uma caminhada crescente de intimidade e comunhão. EBD Hoje | Lição 09 Jovens CPAD 2 trimestre 2025 com Comentário e Subsídio para professor e aluno

Comentário🤓

O relato da unção de Davi por Samuel (1Sm 16.1-13) nos revela um princípio teológico fundamental: o chamado divino não elimina o processo pedagógico de formação espiritual e emocional. Davi foi chamado, mas precisou ser preparado. Como afirma Eugene Peterson: “A vocação é o início de uma jornada, não a sua consumação” (A Vocação Espiritual do Pastor, p. 47). Davi foi ungido ainda jovem, mas o trono de Israel só seria ocupado por ele após anos de espera, treinamento e provas.

A metáfora do pastor de ovelhas não é meramente circunstancial; ela carrega profunda intencionalidade divina. Walter Brueggemann destaca que “o pastoreio de ovelhas preparou Davi para a liderança política e espiritual, forjando nele um caráter moldado pela paciência, pelo zelo e pelo serviço” (Teologia do Antigo Testamento, p. 392). As experiências nos campos de Belém o ensinaram a liderar com ternura e coragem — virtudes que seriam indispensáveis no governo da nação.

A narrativa bíblica nos lembra que o chamado de Deus inclui a necessidade de preparo. Como afirma Dietrich Bonhoeffer: “O chamado não é uma fuga para uma posição elevada, mas um mergulho nas profundezas do discipulado e da obediência” (Discipulado, p. 40). Assim como Josué (Js 1.1-9) e José (Gn 37.5-10) também passaram por processos de espera, adversidade e formação, Davi não escapou da necessária forja do caráter.

O exemplo de José é emblemático: do sonho à realização, houve um intervalo de traição, escravidão e prisão. John MacArthur comenta que “Deus levou José ao Egito não apenas para salvá-lo, mas para prepará-lo para salvar outros” (A Fidelidade de Deus, p. 112). De modo análogo, Davi aprendeu no anonimato do campo lições que jamais aprenderia no palácio.

O processo pedagógico divino também é evidenciado no Salmo 18, onde Davi reconhece: “Ele me adestrou para a batalha” (Sl 18.34). Deus não apenas promete, mas forma. Como assevera Charles Spurgeon: “As promessas de Deus são incubadoras da paciência; não são atalhos, mas escolas de confiança” (The Treasury of David, vol. 1, p. 224).

Assim, a promessa, o sonho e o chamado não devem gerar precipitação, mas disposição para o desenvolvimento. O chamado inclui não só um destino, mas uma trajetória marcada pela comunhão, intimidade e dependência do Deus que chama. A formação espiritual de Davi é um paradigma perene: a liderança segundo o coração de Deus é moldada na escola do anonimato, da paciência e da fidelidade nas pequenas tarefas.

A.W. Tozer sintetiza bem este princípio: “Antes de Deus usar poderosamente alguém, Ele o fere profundamente” (O Conhecimento do Santo, p. 75). O tempo de espera não é uma pausa, mas uma lapidação necessária para que o líder, como Davi, se torne não apenas um executor da vontade divina, mas alguém que partilha da sensibilidade e do caráter do próprio Deus.. EBD Hoje | Lição 09 Jovens CPAD 2 trimestre 2025 com Comentário e Subsídio para professor e aluno

2 – Quando a “vitória” não vem do Senhor.

Como são grandes as nossas lutas, não é mesmo? Há momentos em que, já cansados ​​da caminhada, nos deparamos com imagens revigorantes e oportunidades imperdíveis que parecem ser a resposta de nossas orações Porém, precisamos cuidar para que não confundamos oásis com miragens, nem vitórias do Senhor com armadilhas do Inimigo.

Para tanto, precisamos estar sempre focados na direção divina. Davi passou exatamente por essa situação, porém o seu coração pertence a Deus e não se deixou levar pelas aparências (1Sm 24). Saul, em sua caçada a Davi, entrou em uma caverna. Lá achou que estava em segurança e reservado dos olhares alheios.

Porém, Davi também estava lá com os seus homens que lhe disseram palavras tentadoras: “Hoje é o dia do qual o Senhor lhe falou – ‘Eis que eu entrego o seu inimigo nas suas mãos, e você fará com ele o que bem quiser”. Palavras aparentemente boas, mas mascaravam uma grande armadilha.

Após cortar um pedaço das vestes de Saul, já fora da caverna, Davi jurou lealdade ao rei, reafirmou sua fidelidade e prometeu segurança para com a casa do velho monarca. Como é fácil achar que diante de oportunidades “imperdíveis”, estamos presenciando uma “vitória” enviada por Deus. Mas assim como foi com Davi, precisamos ser sensíveis à vontade do Senhor. EBD Hoje | Lição 09 Jovens CPAD 2 trimestre 2025 com Comentário e Subsídio para professor e aluno

Comentário🤓

O episódio registrado em 1 Samuel 24 é um dos momentos mais emblemáticos da trajetória de Davi, demonstrando que nem toda oportunidade aparente é, de fato, uma vitória dada por Deus. A teologia da providência divina, nesse contexto, nos ensina a discernir entre a direção de Deus e as sugestões enganosas das circunstâncias.

Eugene Peterson observa que “Davi discerniu que as coincidências não são necessariamente vocações” (Saltério de Davi, p. 164). O fato de Saul ter entrado exatamente na caverna onde Davi se escondia parecia, aos olhos humanos, uma evidência inequívoca de que Deus estava entregando o inimigo em suas mãos. Os soldados de Davi, interpretando o evento à luz de uma leitura pragmática, incentivaram-no a agir. Mas Davi soube diferenciar oportunidade de aprovação divina.

Essa narrativa nos conduz a uma importante reflexão teológica: a vontade de Deus não se revela, exclusivamente, através das circunstâncias favoráveis, mas, sobretudo, pela fidelidade à Sua Palavra e aos princípios que Ele estabeleceu. Como afirma John Stott: “Não devemos julgar o caminho de Deus por nossos sucessos imediatos, mas pela fidelidade àquilo que Ele revelou” (A Cruz de Cristo, p. 88).

O gesto de Davi — cortar a orla do manto de Saul ao invés de tirar-lhe a vida — revela sua submissão não apenas à autoridade do rei, mas à soberania divina. Walter Brueggemann analisa que “Davi opta por não assumir, por suas próprias mãos, aquilo que somente Deus pode fazer: vindicar o justo e julgar o ímpio” (Primeiro e Segundo Samuel, p. 177). Ele compreendeu que as “vitórias” obtidas fora do tempo e da vontade do Senhor são, na verdade, ciladas que podem comprometer o caráter e a vocação.

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O apóstolo Paulo reforça esse princípio ao escrever: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm” (1Co 6.12). A ética do Reino não permite que o fim justifique os meios. A vitória, para o servo de Deus, não se resume a alcançar objetivos, mas inclui o modo como esses objetivos são alcançados.

Davi, neste episódio, não se moveu por impulso, mas pela reverência à unção que Saul ainda detinha como rei de Israel. Como diz Charles Spurgeon: “A providência nos coloca diante de provações que parecem concessões; mas o homem piedoso pergunta, antes de agir: ‘É esta a vontade do meu Deus?’” (The Treasury of David, vol. 2, p. 392).

Assim, este relato bíblico nos convida a uma espiritualidade marcada pelo discernimento. Nem toda oportunidade é bênção; nem toda porta aberta é direção de Deus. O tempo de Deus, a maneira de Deus e os propósitos de Deus devem ser, sempre, os parâmetros para nossas decisões.

Como bem sintetiza A.W. Tozer: “É possível ganhar uma batalha e perder a guerra da alma, se não caminharmos no compasso da vontade divina” (A Busca de Deus, p. 55). A verdadeira vitória não é apenas a conquista, mas a manutenção da integridade e da fidelidade ao Senhor. Davi nos dá um modelo de como, mesmo sob pressão e diante de aparentes “respostas divinas”, o crente deve permanecer submisso à direção de Deus, aguardando a verdadeira vitória que só Ele pode conceder no tempo certo. EBD Hoje | Lição 09 Jovens CPAD 2 trimestre 2025 com Comentário e Subsídio para professor e aluno

3 – Duas mortes, dois filhos.

O Monte Gilboa foi o palco de muito sangue derramado: no mesmo dia lá tombaram o rei Saul e seus três filhos; Jônatas, Abinadabe e Malquisua, seu escudo e suas tropas. Diante desse fim trágico, a postura de Davi foi mais uma demonstração de sua integridade e distinção.

O senso comum levaria muitos a comemorar a morte do perseguidor e a possibilidade de alcançar o trono tão almejado, mas não foi assim com o homem segundo o coração de Deus. O lamento de Davi pelas mortes de Saul e Jônatas é para nós um grande exemplo de fidelidade aos planos do Senhor e reconhecimento da relevância da honra.

Jônatas era seu amigo e o pranto foi genuíno. Saul era o seu rei e o ungido do Senhor. Davi não dançou, não revelou, não serviu um banquete, pelo contrário, chorou muito, compôs um cântico de honra (2Sm 1.17-27) e não permitiu que faltassem com o respeito devido à monarca morta (2Sm 1.1-16). EBD Hoje | Lição 09 Jovens CPAD 2 trimestre 2025 com Comentário e Subsídio para professor e aluno

SUBSÍDIO 1

Professor(a). neste primeiro tópico, reforce a ideia de que é bom ser chamado por Deus, no entanto precisamos nos capacitar para o serviço. Nossa dedicação ao preparo é um bom reflexo do nosso compromisso com o Senhor. Às vezes nos deparamos com boas oportunidades, mas que podem ser armadilhas. Por isso, é importante que sejamos sempre guiados pela direção divina. EBD Hoje | Lição 09 Jovens CPAD 2 trimestre 2025 com Comentário e Subsídio para professor e aluno

II – O TEMPO DE DEUS

1 – Uma trajetória admirável.

Davi soube esperar o tempo de Deus e foi o protagonista de uma trajetória admirável e inspiradora. Desde o dia em que foi ungido pelo profeta Samuel até o dia em que começou o seu reinado, viveu uma caminhada de muita paciência, aprendizado e serviço.

Esses três fatores foram essenciais e, caso não se fizessem presentes, com certeza não teríamos o mesmo resultado: a paciência o fez se desenvolver no tempo certo (Gl 6.9); o aprendizado adquirido adquirir habilidades permitidas à missão que assumiria (Sl 119.73): o serviço lhe deu a prática necessária para desenvolver a excelência. Diante da fidelidade ao Senhor.

Davi foi abençoado e teve uma trajetória belíssima: filho dedicado e servo fiel; pastor de ovelhas zeloso corajoso ao defensor de seus rebanhos; matador de gigante; músico virtuoso e cheio do Espírito: embora fugitivo em terra estranha, fiel ao seu rei e ao seu povo: zeloso pelo ungido do Senhor;

Bondoso com as casas de Saul e Jônatas; restaurador das leis transgredidas iniciando um tempo de maior devoção; rei por quarenta anos unificando as tribos de Israel; conquistador de sete nações inimigas, traz com muito zelo a arca para Jerusalém: fortalece e expande o exército de Israel; viabiliza a prosperidade no reino e prepara o caminho para o seu filho, Salomão. EBD Hoje | Lição 09 Jovens CPAD 2 trimestre 2025 com Comentário e Subsídio para professor e aluno

Comentário🤓

A trajetória de Davi, conforme descrita na narrativa bíblica, ilustra de forma magistral a importância de se respeitar o “tempo de Deus” — um princípio fundamental na espiritualidade cristã e na teologia bíblica. Davi foi ungido por Samuel ainda adolescente (1Sm 16.13), mas a concretização dessa unção como reinado efetivo sobre Israel levou anos, atravessando muitos desafios, perseguições e provações. A sua história é uma exemplificação vívida do que Dietrich Bonhoeffer chama de “obediência de fé” — um caminho onde a promessa divina é sustentada pela paciência e pela confiança, mesmo quando o cumprimento parece distante (Discipulado, p. 72).

O apóstolo Paulo, escrevendo aos Gálatas, reafirma essa verdade: “E não nos cansemos de fazer o bem, pois a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos” (Gl 6.9). Esse “seu tempo” é o tempo de Deus — o kairós divino, distinto do tempo humano (chronos). Davi compreendeu essa distinção e moldou sua vida em função dela, sem tentar antecipar ou forçar os planos divinos.

John Calvin, comentando o Salmo 27.14, enfatiza: “Esperar no Senhor não é passividade, mas exercício ativo de confiança, cultivando a esperança com base no caráter fiel de Deus”. Davi, nesse aspecto, representa o modelo do homem que se dispõe a ser moldado e preparado antes de assumir plenamente o chamado que recebeu.

Os três fatores mencionados — paciência, aprendizado e serviço — são elementos indispensáveis na formação do caráter cristão e no preparo para o ministério. Eugene Peterson descreve essa trajetória como uma “longa obediência na mesma direção”, ressaltando que “Davi aprendeu, ao longo dos anos, que liderança não é tomada, mas recebida, não é conquista, mas dádiva” (A Longa Obediência na Mesma Direção, p. 95).

O aprendizado de Davi foi multifacetado: desde as lições silenciosas como pastor de ovelhas (Sl 78.70-72) até as grandes vitórias militares e o exercício da misericórdia diante dos inimigos. Como afirma Walter Brueggemann, Davi encarna “a tensão entre a fragilidade humana e a escolha soberana de Deus”, sendo preparado em cada etapa para o papel singular que desempenharia na história de Israel (Teologia do Antigo Testamento, p. 519).

O serviço é outro aspecto notável: mesmo fugindo de Saul, Davi manteve-se fiel ao rei, honrando a unção que sobre ele repousava (1Sm 24.6). Esse compromisso com a autoridade divina, mesmo quando ela parecia falhar, revela um coração profundamente moldado pela reverência a Deus e à Sua soberania. C.S. Lewis comenta que “a grandeza espiritual se mede pela disposição em servir quando não há aplausos e em esperar quando não há pressa” (Reflexões Cristãs, p. 112).

Finalmente, a trajetória de Davi culmina não apenas na sua ascensão ao trono, mas também na preparação para um futuro maior: o reinado de Salomão e, mais ainda, o advento do Messias, Jesus Cristo, o Filho de Davi (Mt 1.1). Assim, a história de Davi se transforma num paradigma de como Deus conduz, prepara e cumpre Seus propósitos através daqueles que, em paciência e fidelidade, aguardam o cumprimento do Seu tempo.

Como sintetiza A.W. Tozer: “Na escola de Deus, o tempo é tão importante quanto a verdade. Ele não apressa os santos, mas também não se atrasa” (Raiz de Justiça, p. 87). Davi viveu plenamente essa escola, e sua trajetória nos ensina a valorizar não apenas o destino, mas, sobretudo, o processo pelo qual Deus nos conduz à maturidade e à missão. EBD Hoje | Lição 09 Jovens CPAD 2 trimestre 2025 com Comentário e Subsídio para professor e aluno

2 – O reino que não terá fim.

Ungido pelo Senhor. Davi foi um rei que se destacou na história por sua integridade, por praticar uma gestão assertiva, pela dependência divina e viabilizar uma relevância de Israel sobre os demais reinos da época. Além disso, confiou na promessa divina de um reino que não teria fim (Lc 1.32-33): o Reino de Deus. Deus distribuiu uma aliança com Davi (2Sm 7.16) onde prometeu que o seu reino seria firmado para sempre.

Essa aliança tornou-se um marco na história daquele povo e manteve vívida a esperança na vinda do Messias (Is 9.6-7). Participante da descendência de Davi (Rm 1.3), o Messias estabeleceria o reino que não teria fim (Mt 21.9) e, na plenitude dos tempos, tal promessa se concretizou (Gl 4.4-5).

A Palavra de Deus nos traz diversas verdades sobre o Reino de Deus: que já está presente e que não veio de forma alarmante (Lc 17.20-25); o descreve como justiça, paz e alegria no Espírito Santo (Rm 14.17); também o descreve como um império eterno que jamais passará (Dn 7.14); e o apresenta como eterno com domínio sobre todas as gerações (Sl 145.13). EBD Hoje | Lição 09 Jovens CPAD 2 trimestre 2025 com Comentário e Subsídio para professor e aluno

Comentário🤓

A promessa feita a Davi, registrada em 2 Samuel 7.16 — “Porém a tua casa e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti; o teu trono será estabelecido para sempre” — é um dos pilares fundamentais da teologia bíblica e da esperança messiânica. Esse pacto, conhecido como Aliança Davídica, marca não apenas a consolidação política de Israel sob um governo forte e estável, mas também inaugura a expectativa de um reinado eterno, que seria plenamente realizado na pessoa de Jesus Cristo, o Filho de Davi.

Como destaca Gerhard von Rad, “a promessa feita a Davi transcende o contexto histórico imediato e se projeta escatologicamente na figura do Messias, cuja soberania será eterna” (Teologia do Antigo Testamento, vol. 1, p. 336). A esperança desse “reino que não terá fim” nutriu a fé de Israel ao longo dos séculos, encontrando ecos profundos nos escritos proféticos, como em Isaías 9.6-7, onde o profeta anuncia: “o governo está sobre os seus ombros… e o seu reino não terá fim”.

O Novo Testamento reconhece e celebra a realização dessa promessa em Jesus Cristo. O anjo Gabriel, ao anunciar o nascimento de Jesus a Maria, declara: “Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo… e reinará eternamente sobre a casa de Jacó, e o seu reino não terá fim” (Lc 1.32-33). Assim, o messianismo davídico atinge sua plenitude na encarnação e obra redentora de Cristo, conforme sintetiza o apóstolo Paulo: “acerca de seu Filho, que nasceu da descendência de Davi segundo a carne” (Rm 1.3).

A teologia paulina também enfatiza o caráter presente e futuro do Reino. Em Gálatas 4.4-5, Paulo afirma que “vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho… para remir os que estavam debaixo da lei”. Aqui, a concretização da promessa davídica é vista não apenas como a instalação de um reino terreno, mas como a inauguração de uma nova era da salvação, que transcende as fronteiras nacionais de Israel, alcançando todas as nações.

Oscar Cullmann, ao refletir sobre a tensão entre o “já” e o “ainda não” do Reino de Deus, afirma: “O Reino já foi inaugurado em Cristo, mas sua consumação plena ainda está por vir” (Cristo e o Tempo, p. 58). Este entendimento é fundamental para a interpretação neotestamentária do Reino: ele está presente — “no meio de vós” (Lc 17.21) — mas também é objeto de uma esperança futura, quando Cristo reinará de modo pleno e visível.

Além disso, as Escrituras reiteram a natureza eterna e inabalável deste Reino. O profeta Daniel vislumbrou em sua visão noturna: “o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino jamais será destruído” (Dn 7.14). O salmista, igualmente, proclama: “O teu reino é um reino eterno, e o teu domínio subsiste por todas as gerações” (Sl 145.13).

N. T. Wright, em sua vasta obra sobre a teologia do Reino, enfatiza que Jesus, ao cumprir a promessa a Davi, redefine o próprio conceito de reinado: “O messianismo de Jesus não foi a restauração de um trono político em Jerusalém, mas a inauguração do governo de Deus sobre todas as coisas, por meio da cruz e da ressurreição” (Jesus e a Vitória de Deus, p. 611).

Portanto, o reinado de Davi, embora significativo em sua época, serve como tipo e prefiguração do Reino eterno de Cristo. A integridade, a dependência divina e a gestão justa de Davi são sombras pálidas das perfeições do governo messiânico. Em Cristo, esse Reino é caracterizado por justiça, paz e alegria no Espírito Santo (Rm 14.17), sendo um império eterno que jamais será abalado.

Essa promessa, cumprida na encarnação, morte e ressurreição de Cristo, aponta também para a consumação final, quando o Cordeiro assentado no trono reinará para sempre (Ap 22.1-5), e todos os povos confessarão: “Ao Senhor pertence o reino, ele governa as nações” (Sl 22.28).

Como conclui Herman Bavinck: “O Reino de Deus é a consumação escatológica de todas as promessas de Deus na história, inaugurado por Cristo e consumado na sua vinda gloriosa” (Dogmática Reformada, vol. 4, p. 264). Assim, a aliança com Davi continua sendo, para nós, cristãos, um lembrete seguro da fidelidade divina e da certeza da nossa esperança no Reino eterno. EBD Hoje | Lição 09 Jovens CPAD 2 trimestre 2025 com Comentário e Subsídio para professor e aluno

3 – Um nome a ser lembrado

Algo que precisa ser destacado em nossa cosmovisão é o fato de que toda a honra e glória pertence ao nosso Deus (Sl 115.1). Como é bom saber que o principal propósito de nossas vidas é glorificar ao nosso Senhor. Todas as coisas foram por Ele criadas e sem que sua ação nada existisse.

Diante de nossos esforços pessoais e projetos, quer sejam de âmbito privado ou coletivo, somos por vezes mencionados e celebrados Mas jamais esqueçamos de que o que há de mais precioso em nós é fruto dos propósitos do Senhor se cumprindo em nossas vidas. Tudo o que fazemos deve glorificar a Deus (1Co 10.31).

Estabelecida a condição acima, veja algo admirável na vida de Davi: Alguns nomes foram tão normativos em reuniões quanto o do belemita. Após tantos séculos e milênios de história, é praticamente impossível fazermos uma lista com os nomes mais respeitados e deixarmos de fora o nome Davi. EBD Hoje | Lição 09 Jovens CPAD 2 trimestre 2025 com Comentário e Subsídio para professor e aluno

Comentário🤓

A reflexão proposta neste tópico é profundamente cristocêntrica e teocêntrica, ao afirmar com propriedade que toda honra e glória pertencem exclusivamente a Deus, conforme declara o salmista: “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao teu nome dá glória” (Sl 115.1). Este princípio deve fundamentar toda a nossa cosmovisão: não somos protagonistas da história, mas instrumentos pela qual a glória de Deus se manifesta e a sua vontade se cumpre.

João Calvino, em sua célebre obra As Institutas da Religião Cristã, sintetiza essa ideia ao afirmar: “O fim último da vida humana é conhecer a Deus e glorificá-lo eternamente” (I, i, 1). Assim, toda a realização humana, inclusive as mais extraordinárias, só encontra sentido pleno quando está submissa à glorificação do Criador.

O exemplo de Davi ilustra de maneira singular essa realidade. Sua trajetória, marcada por feitos heroicos, liderança política e profunda espiritualidade, não tem como propósito final a exaltação de sua própria pessoa, mas sim a manifestação da fidelidade e soberania de Deus. Como ele mesmo expressa em diversos salmos: “Não confio no meu arco, nem a minha espada me salva… Tu nos livras dos nossos inimigos e envergonhas os que nos odeiam” (Sl 44.6-7).

A notoriedade de Davi transcendeu os limites geográficos e históricos de Israel, e seu nome, como bem observado, figura entre os mais mencionados e respeitados de toda a história humana. Contudo, a grandeza de sua memória está indissociavelmente vinculada à ação soberana de Deus em sua vida. O profeta Natã foi incisivo ao lembrar Davi disso: “Assim diz o Senhor dos Exércitos: Eu te tirei do aprisco, de detrás das ovelhas, para que fosses príncipe sobre o meu povo” (2Sm 7.8). Ou seja, não foi o mérito pessoal de Davi, mas a eleição e a graça divina que o ergueram.

Dietrich Bonhoeffer ressalta essa dimensão ao dizer: “Não são os feitos humanos que glorificam a Deus, mas Deus glorifica a si mesmo através daqueles a quem escolheu e chamou” (Discipulado, p. 25). Assim, mesmo sendo um nome “a ser lembrado”, Davi jamais ocupou o centro da cena de forma autônoma, mas como um servo que reconhecia sua completa dependência do Senhor, conforme declara: “Quem sou eu, Senhor Deus, e qual é a minha casa, para que me tenhas trazido até aqui?” (2Sm 7.18).

Esse mesmo princípio é reiterado no Novo Testamento, quando o apóstolo Paulo exorta: “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (1Co 10.31). Aqui, aprendemos que toda ação humana, seja pública ou privada, deve ter como propósito a exaltação de Deus, não a autopromoção.

A lembrança de Davi, portanto, é um exemplo paradigmático para nós: sua vida foi marcada por grandes conquistas e virtudes, mas sobretudo pelo reconhecimento de que tudo provém de Deus. Como afirma Jonathan Edwards, “Deus é glorificado não só pelas suas perfeições sendo manifestadas, mas também pela sua ação em suscitar a admiração e o louvor por parte das suas criaturas” (The End for Which God Created the World, p. 94).

A memória de Davi permanece viva porque foi estabelecida pelo próprio Deus como parte do seu plano redentivo. O próprio Senhor prometeu: “Farei para ti um grande nome, como o nome dos grandes que há na terra” (2Sm 7.9). Contudo, o que torna essa promessa tão singular é que ela não visa a mera exaltação humana, mas a consolidação de uma linhagem da qual viria o Messias, o verdadeiro Rei eterno.

Assim, ao lembrarmos de Davi, somos conduzidos a contemplar a glória de Deus que se manifesta através de vasos de barro (2Co 4.7). O seu nome é lembrado não porque Davi buscou a própria glória, mas porque viveu para glorificar a Deus. Este deve ser, igualmente, o nosso anseio: que, ao sermos lembrados, nossa memória seja apenas um reflexo da glória do Deus que nos criou e nos redimiu.

Como sintetiza Herman Bavinck: “O homem foi criado para a glória de Deus e encontra sua verdadeira dignidade e imortalidade ao viver em função deste fim supremo” (Dogmática Reformada, vol. 2, p. 563). Que possamos, assim como Davi, ser lembrados não por quem somos, mas pelo Deus glorioso a quem servimos. EBD Hoje | Lição 09 Jovens CPAD 2 trimestre 2025 com Comentário e Subsídio para professor e aluno

III- NA CAMINHADA. TEMPO DE APRENDIZADO

1 – Kairós e Chronos.

Essas duas palavras de origem grega nos ajudam a compreender a dimensão de tempo. Em uma tradução simples para o português. ambos significam tempo. Porém, no sentido bíblico, são bem distintos: Chronos faz referência ao tempo subordinado ao relógio, quantitativo, que é marcado a partir dos movimentos de translação e movimentos da Terra.

É o tempo que nos orienta na organização do nosso cronograma diário, mensal, anual e assim por diante Já Kairós é o “tempo oportuno” e possui uma natureza qualitativa apontando para o momento adequado de determinado evento/experiência dentro dos propósitos divinos.

Duas passagens bíblicas que nos ajudam a entender esse conceito foram vividas por Jesus e seus discípulos: em um momento o Mestre afirma “a minha hora ainda não chegou” (Jo 7.6), logo mais declara ‘a minha hora chegou” (Jo 12.23). Não há contradição, em um momento encontramos o Chronos. no outro, o Kairós. EBD Hoje | Lição 09 Jovens CPAD 2 trimestre 2025 com Comentário e Subsídio para professor e aluno

Comentário🤓

A distinção entre Chronos e Kairós é uma das mais significativas contribuições da cultura helenística à compreensão bíblica do tempo, especialmente quando refletimos sobre a soberania de Deus e sua atuação na história humana. Como destacado no texto, ambas as palavras podem ser traduzidas por “tempo”, mas carregam nuances fundamentais para a teologia cristã.

Chronos (χρόνος) refere-se ao tempo linear, cronológico, sucessivo e mensurável — o “tempo dos homens”. É o tempo que governa a organização das atividades humanas, fundamentado na regularidade astronômica: dias, meses, anos. Esse aspecto do tempo aparece frequentemente nas Escrituras, especialmente em contextos relacionados a genealogias, ciclos agrícolas, festas religiosas e na contagem dos anos de reis e eventos históricos (cf. Gn 5; Lv 23; 1Rs 6.1).

Kairós (καιρός) designa o “tempo oportuno”, o “momento certo”, qualitativo e específico dentro do propósito soberano de Deus. Diferente do Chronos, que é contínuo e progressivo, o Kairós irrompe na história como um evento singular e decisivo, muitas vezes inesperado, que inaugura ou encerra ciclos conforme a vontade divina.

O próprio Jesus reconhece essa distinção em sua missão: “O meu tempo (Kairós) ainda não chegou” (Jo 7.6), e posteriormente: “É chegada a hora (hṓra, conceito próximo de Kairós), em que o Filho do Homem será glorificado” (Jo 12.23). Aparentemente, há uma progressão do Chronos ao Kairós: enquanto o tempo humano avança, Deus prepara o momento exato e decisivo para o cumprimento de seus propósitos eternos.

O apóstolo Paulo também explora essa tensão entre o tempo humano e o tempo divino quando declara: “Mas, vindo a plenitude dos tempos (Kairós), Deus enviou seu Filho” (Gl 4.4). Aqui, a “plenitude” não é simplesmente um ponto cronológico, mas o momento adequado, estrategicamente escolhido por Deus dentro de sua soberania providencial.

Karl Barth ressalta essa dinâmica afirmando: “O tempo de Deus não é uma mera sucessão de momentos, mas o advento do próprio Deus na história” (A Dogmática Eclesiástica, III/2). Assim, o Kairós é sempre um tempo redentivo e revelador da graça divina.

Para a espiritualidade cristã, essa distinção é fundamental. Frequentemente, somos tentados a viver apenas sob a lógica do Chronos, presos a planejamentos e métricas humanas, esquecendo que Deus age de maneira surpreendente e soberana, intervindo com Kairós em nossas vidas e na história.

O Eclesiastes nos lembra que “há tempo (Kairós) para todo propósito debaixo do céu” (Ec 3.1). Ou seja, não apenas o tempo humano deve ser considerado, mas também o tempo divino, que é, por definição, superior e perfeito.

No contexto pastoral e espiritual, a consciência dessa distinção promove descanso e confiança na providência divina. Como escreve Agostinho de Hipona: “Os tempos são teus, ó Deus; Tu não és subordinado ao tempo, mas o tens sob teu domínio” (Confissões, XI, 14). Portanto, ao reconhecer o Kairós, o cristão aprende a esperar, discernir e cooperar com os propósitos eternos de Deus.

Por fim, cabe lembrar a advertência paulina: “Aproveitando bem o tempo (Kairós), porque os dias são maus” (Ef 5.16). Aqui, não se trata apenas de uma gestão eficiente do Chronos, mas do discernimento espiritual para perceber e se engajar nos momentos oportunos, segundo a direção do Espírito Santo.

Assim, viver à luz de Chronos e Kairós significa, para o cristão, administrar sabiamente o tempo humano enquanto espera confiantemente pelas intervenções soberanas de Deus na história e em sua vida pessoal. EBD Hoje | Lição 09 Jovens CPAD 2 trimestre 2025 com Comentário e Subsídio para professor e aluno

2 – Por que Deus demora tanto para agir?

Por vezes, nos momentos mais difíceis, fazemos essa pergunta: “até quando?” Em nosso entendimento limitado, podemos até achar que já é o momento de passarmos para as próximas etapas. No entanto, há o tempo certo para tudo. Deus nunca chega na hora certa (2 Pe 3.9).

Davi, ungido ainda na sua adolescência, só foi realizado pela promessa já aos trinta anos de idade. Parece claro para nós que ele foi preparado para tal obra, porém olhamos a partir do ponto de vista de Davi passando pelas provas, perseguições, incompreensões, aberturas e dificuldades. Com certeza, o Chronos foi bem impiedoso com o nosso futuro rei Que bom que para ele o Kairós falou muito mais alto. EBD Hoje | Lição 09 Jovens CPAD 2 trimestre 2025 com Comentário e Subsídio para professor e aluno

Comentário🤓

A indagação sobre a aparente demora de Deus é recorrente na experiência humana e perpassa toda a narrativa bíblica. O lamento “Até quando, Senhor?” (Sl 13.1; Hc 1.2) expressa essa angústia do coração humano que, diante da dor e das adversidades, clama por uma intervenção imediata. Contudo, a Bíblia revela que a ação de Deus está profundamente relacionada ao seu propósito soberano e à pedagogia do tempo.

O texto destaca com sabedoria que Deus “nunca chega na hora certa”, citando 2 Pedro 3.9: “O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a tenham por tardia”. Aqui, o apóstolo corrige a perspectiva humana limitada, afirmando que a aparente demora não é inércia divina, mas paciência, misericórdia e preparo.

Na trajetória de Davi, esse princípio é claramente visível. Ungido ainda adolescente (1Sm 16.13), ele teve de esperar aproximadamente 15 anos para assumir efetivamente o trono de Israel (2Sm 5.4). Durante esse longo período, passou por provas intensas: perseguição por Saul (1Sm 19-27), traições, desertos e exílio. Aos olhos humanos, poderia parecer uma demora injustificável. Mas, como bem mencionado, o Chronos — o tempo cronológico — foi impiedoso, enquanto o Kairós — o tempo de Deus — foi redentivo e formador.

O teólogo John Piper explica que “Deus está sempre fazendo dez mil coisas em nossas vidas, e nós talvez percebamos três ou quatro”. Ou seja, naquilo que chamamos de demora, Deus está silenciosamente operando processos de maturação, fé e dependência.

A experiência de Davi ilustra como Deus não apenas cumpre promessas, mas também transforma a pessoa que irá recebê-las. Não era suficiente que Davi fosse rei por direito; ele precisava ser rei por caráter, forjado no fogo das adversidades. Assim, sua trajetória pré-reinado não foi perda de tempo, mas parte indispensável da sua formação espiritual, emocional e política.

O profeta Isaías reafirma essa dimensão pedagógica do tempo divino: “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor” (Is 55.8). Deus vê o fim desde o princípio e molda cada etapa de nossa história conforme seu plano eterno.

Além disso, a teologia paulina ressalta que “sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8.28). Assim, mesmo o que parece atraso ou silêncio, é providência que visa o bem maior e o cumprimento da vontade divina.

O texto acerta ao afirmar que, felizmente para Davi, o Kairós falou mais alto. Essa é uma lição essencial para o crente: confiar não apenas que Deus agirá, mas que Ele agirá no tempo certo — não segundo nossas expectativas, mas conforme sua sabedoria infinita. O Salmo 31.15 sintetiza essa confiança: “Os meus tempos estão nas tuas mãos”.

Finalmente, a aparente demora de Deus revela também o valor da espera como espaço de santificação e aprendizado. Como escreveu Dietrich Bonhoeffer: “A espera é uma disciplina espiritual, uma escola da esperança”. Assim, em vez de apenas suportar o tempo, o crente é chamado a vivê-lo com fé, discernimento e obediência.

Portanto, diante da pergunta “Por que Deus demora?”, a resposta bíblica e teológica é: Deus nunca se atrasa, mas age na plenitude do tempo, visando não apenas realizar promessas, mas transformar vidas, como fez com Davi — o homem segundo o coração de Deus (At 13.22). EBD Hoje | Lição 09 Jovens CPAD 2 trimestre 2025 com Comentário e Subsídio para professor e aluno

3 – Como é bom estar no tempo de Deus.

Quando nos permitimos estar no tempo de Deus, somos agraciados com as vitórias decorrentes desse processo. Há tempo para todas as coisas (Ec 3.1). convidamos-nos a alegrar diante dessa verdade, o tempo de Deus é sempre perfeito (2 Sm 22.31).

Existem momentos em que o Senhor trabalha em nossas vidas, e essa ação requer uma dimensão temporal que sai do simples controle do relógio e passa para a dinâmica do amadurecimento na caminhada. É o Kairós nos envolvemos em uma ação de desenvolvimento pleno, para tanto, convidamos-nos a entregar de coração. EBD Hoje | Lição 09 Jovens CPAD 2 trimestre 2025 com Comentário e Subsídio para professor e aluno

Comentário🤓

O trecho apresentado celebra com sensibilidade uma das maiores verdades da espiritualidade bíblica: a bem-aventurança de caminhar e viver no tempo de Deus. De fato, como afirma o Eclesiastes, há “um tempo para todo propósito debaixo do céu” (Ec 3.1). Reconhecer e submeter-se a essa realidade é sinal de sabedoria, maturidade e espiritualidade profunda.

A ideia de que o tempo divino transcende a lógica do Chronos humano é reforçada aqui com uma nuance pastoral importante: o tempo de Deus não é apenas uma espera passiva, mas um processo formativo no qual o Senhor opera em nós antes de operar através de nós. Como bem colocado, esse processo não se resume a uma marcação cronológica, mas exige “uma dimensão temporal que sai do simples controle do relógio e passa para a dinâmica do amadurecimento na caminhada”.

Essa é uma lição que Jesus ensinou aos seus discípulos e que ecoa ao longo de toda a Escritura: o Reino de Deus é como uma semente que, ao ser lançada, “cresce, quer o homem durma, quer esteja acordado” (Mc 4.26-27). O crescimento não é instantâneo, mas acontece no tempo oportuno — no Kairós divino.

O salmista também reconhece essa verdade ao afirmar: “O caminho de Deus é perfeito” (2Sm 22.31). Deus não erra em seus processos nem nos seus tempos. Quando nos colocamos sob a direção soberana desse tempo, somos, como afirma o texto, “agraciados com as vitórias decorrentes desse processo”. Não se trata, porém, de uma vitória imediata, mas de frutos que brotam após o amadurecimento, como afirma Tiago: “Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma” (Tg 1.4).

Essa entrega de coração mencionada ao final — “convidamos-nos a entregar de coração” — é um convite à rendição espiritual e à confiança plena na soberania de Deus. Tal entrega é, na verdade, um dos maiores desafios da fé, pois implica abdicar do controle humano sobre a vida e confiar que Deus sabe o que faz e quando faz.

A teologia reformada expressa bem essa confiança na providência divina: Deus governa todas as coisas com sabedoria, poder e amor, conduzindo-as para o fim que determinou para a sua glória e o bem do seu povo (Rm 8.28-30). Assim, estar no tempo de Deus não significa apenas resignação, mas uma alegria ativa, como sugere o texto — “convidamos-nos a alegrar diante dessa verdade”.

Por fim, é importante ressaltar que essa vivência no tempo de Deus demanda um exercício constante de discernimento espiritual, como Paulo orienta: “Portanto, vede prudentemente como andais… remindo o tempo, porquanto os dias são maus” (Ef 5.15-16). Ou seja, estar no tempo de Deus é também estar atento aos sinais de sua atuação, cooperando com o processo que Ele conduz.

Em suma, o tempo de Deus é perfeito, sua pedagogia é infalível e sua ação, embora muitas vezes invisível ou demorada aos nossos olhos, é sempre eficaz, frutífera e cheia de graça. Por isso, como o salmista exorta: “Espera no Senhor, anima-te, e ele fortalecerá o teu coração” (Sl 27.14). EBD Hoje | Lição 09 Jovens CPAD 2 trimestre 2025 com Comentário e Subsídio para professor e aluno

SUBSÍDIO 3

Professor (a), explique aos alunos que cronos é a duração, trairás é a oportunidade Nós serenamente medimos o cronos com relógios e calendários; perdemos-nos arrebatadamente no Kairós por nos apaixonarmos ou saltarmos na fé Se somos dominados por uma sensação de cronos.

O futuro é fonte de ansiedade, sangrando energia do presente ou deixando-nos descontentes com o presente, mas se somos dominados por uma sensação de Kairós, o futuro é fonte de expectativa que verte energia no presente. Uma obsessão com os chronos — horários rígidos, esquemas de atividades cuidadosamente planejadas — é uma defensiva planejada contra o Kairós de Deus, os inesperados descontrolados ministérios da graça”. EBD Hoje | Lição 09 Jovens CPAD 2 trimestre 2025 com Comentário e Subsídio para professor e aluno

CONCLUSÃO

Davi foi chamado para uma missão muito especial, porém foi preciso um longo preparo até que pudesse, finalmente. iniciar o seu reinado em Israel Foi um tempo de muito aprendizado, sempre conduzido sob a direção divina. O filho de Jessé conseguiu viver o Kairós e, ao longo desse “treinamento”, esperar convencido de que tudo estava sob o controle do Senhor. Que possamos seguir o exemplo deixado por Davi e, no tempo certo, viver os planos de Deus para as nossas vidas. EBD Hoje | Lição 09 Jovens CPAD 2 trimestre 2025 com Comentário e Subsídio para professor e aluno

HORA DA REVISÃO

Qual foi a ocorrência de Davi ao saber da morte de Saul?

Davi não dançou, não convidou, não serviu um banquete, pelo contrário, chorou muito, compôs um cântico de honra e não permitiu que faltassem com o respeito devido à monarca morta.

Aponte três fatores essenciais ao aprendizado de Davi.

Paciência, aprendizado e serviço A paciência o fez se desenvolver no tempo certo, o aprendizado que lhe foi permitido adquirir habilidades para superar a missão que assumiria; o serviço deu a prática necessária para desenvolver a excelência.

Como a Palavra de Deus nos apresenta o Reino de Deus?

Como um reino que já está presente e que não veio de forma alarmante o descrito como justiça, paz e alegria no Espírito Santo também o descrito como um império eterno que jamais passará; e apresenta como eterno com domínio sobre todas as gerações.

Qual a diferença entre Chronos e Kairós?

Chronos faz referência ao tempo subordinado ao relógio, quantitativo. E o tempo que nos orienta na organização do nosso cronograma diário, mensal, anual e assim por diante Kairós é o “tempo de Deus” e possui uma natureza qualitativa apontando para o momento oportuno de determinado evento/experiência dentro dos propósitos divinos.

Quais variantes devem ser levadas em conta no tempo Kairós?

A imaturidade e o despreparo, a incredulidade e a desobediência humana.

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