A família natural segundo os valores e princípios cristãos
Revista Betel Dominical Adultos – 1º Trimestre de 2020
1º Trimestre de 2020, ano 30 nº 114
Comentarista: Bispo Abner Ferreira
Data: 05 de janeiro de 2020
Texto Áureo
Verdade aplicada
A família é uma instituição divina, como parte do projeto da criação e estabelecida antes do pecado da humanidade.
Objetivos da lição
- Ensinar acerca do propósito do matrimônio.
- Mostrar a importância da família à luz da criação.
- Apresentar o modelo de Deus para o casal.
TEXTO BÍBLICO | |
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Gênesis 2.21-25 | |
21 – Então o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu, e tomou uma das suas costelas e cerrou a carne em seu lugar. | |
22 – E da Costela que o Senhor Deus tomou do homem formou uma mulher, e trouxe-a Adão. | |
23 – E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne, esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada. | |
24 – Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne. | |
25 – E ambos estavam nus, o homem e sua mulher, e não se envergonhavam. |
Agenda de leitura | |
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Segunda | Gn 1.27-28 – O modelo bíblico para a família |
Terça | Gn 12.1-3 – A bênção de Deus para todas as famílias |
Quarta | Dt 6.6-9 – O dever de cuidar da família |
Quinta | Pv 6.20 – A família deve ser guiada pela Palavra de Deus |
Sexta | Ef 2.19 – A família é resultado do plano de Deus |
Sábado | Ef 5.32 – Família e o relacionamento entre Cristo e Igreja |
Motivos de Oração
Ore para que o Senhor fortaleça as famílias ao redor do mundo.
Introdução
Iniciaremos esta série de lições sobre família pontuando aspectos revelados nas Escrituras Sagradas sobre sua origem divina, instituída com propósitos e padrão bem definidos.
Ponto de Partida
Deus é o idealizador da família.
1 – A Origem do Matrimônio
A primeira instituição criada por Deus foi a família. A Bíblia nos ensina que o primeiro matrimônio aconteceu no jardim do Éden, com o primeiro casal formado por um “homem e uma mulher”: Adão e Eva [Gn 2.18].
1.1. O primeiro casal. O relato bíblico nos assegura que a família tem origem no jardim do Éden através da união entre Adão e Eva. Quando Deus disse: “Não é bom que o homem esteja só” [Gn 2.18], Ele estava claramente demonstrando que homem e mulher foram criados para formar uma família, e para reproduzirem-se conforme Sua imagem e semelhança [Gn 1.27-28]. Assim, o plano de Deus é organizar os seres humanos como famílias e, finalmente, unir toda a criação em uma grande família, a família de Deus [Ef 2.19].
Subsídio do professor
Luciano Subirá escreveu sobre o fato de Deus pensar em termos de família: “O Senhor não trata apenas com indivíduos, mas também com famílias. É claro que a salvação é individual, e a fé e a escolha (com as suas consequências) também é (…) Contudo, quando falamos a respeito de propósito (não de responsabilidades), percebemos que a Bíblia apresenta um Deus que pensa em termos de famílias, e não apenas de indivíduos”. O referido autor apresenta várias referências bíblicas que apontam para o interesse de Deus em abençoar todos da família e todas as famílias, como, entre outras: Gênesis 12.1-3; 6.17-18; 19.12-17.
1.2. A família e sua influência na sociedade. Segundo a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a família é o elemento natural, universal, e fundamental da sociedade. A deterioração da sociedade acontece por causa da deterioração da família. É nosso dever cuidar da família [Dt 6.6-9]. A Igreja precisa estar atenta para a tendência mundana de desvalorizar a influência da família na sociedade. Afinal, é na família que tudo começa. O primeiro meio social que o ser tem conhecimento é a família. Independente de sua formação é na família que o ser humano começa a amar, se importar com o próximo, seguir regras, receber as primeiras noções de certo e errado, que influenciarão seu comportamento na sociedade. Portanto, é a base da vida social [Pv 22.6].
Subsídio do professor
O mundo, a pátria e a igreja são o resultado da estruturação da família. A sociedade é reflexo daquilo que aprendemos dentro de casa. É por esta razão que o casamento é a mais íntima de todas as relações humanas. Quando esta relação é boa e se desenvolve sob os princípios divinos, ela fornece uma das maiores satisfações da vida. Devemos ter em mente que a igreja é uma família composta por famílias. Portanto, o estado das famílias tem influência na igreja local.
1.3. Uma definição de família. O dicionário define a família como uma instituição, parentesco, organização e sociedade, mas não se refere à sua origem. A sociedade vê a família como uma instituição humana, na qual cada membro tem direitos. Contudo, como visto no tópico 1.1, a família é resultado do plano de Deus, O qual revelou propósitos, orientações e atribuições para a mesma nas Escrituras Sagradas [Gn 1.27-28; 2.18-25; Ef 5.22-33; 6.1-4].
Subsídio do professor
O Pastor Eliezer Lira escreveu: “Família é o sistema social básico, instituído no Éden por Deus, para a constituição da sociedade e prossecução da raça humana”. Larry Christenson comentou: “Os filósofos neoplatônicos encaravam o casamento com uma dureza sombria, como sendo contrário à natureza espiritual do homem. No tempo de Jesus, os essênios, membros da seita religiosa mais rigorosa de então, viam o casamento como um empecilho na preparação do indivíduo para o reino de Deus. A família cristã, porém, é formada para ser a imagem exata do futuro reino de Deus, quando a vontade divina será feita na terra assim como é no céu. Não é apenas uma escola preparatória para o céu; é uma amostra do que será o reino de Deus”.
Eu ensinei que
O desenho original para a família é relacionar-se com seu Criador e representá-lo aqui na Terra. Assim, Deus fez tudo sob medida, unindo e multiplicando, pois Ele é o idealizador da família.
2 – A família à luz da criação
Deus criou a família com propósitos e a fundamentou com princípios para que sempre fosse forte e dirigida por Ele. A relevância da família é atestada, também, ao ser usada para ilustrar o relacionamento entre Cristo e a Igreja [Ef 5.32].
2.1. O desenho original para a família. Tanto o homem quanto a mulher foram criados à imagem de Deus, ou seja, ambos foram criados para se relacionarem com o Criador e para representá-lo aqui na Terra [Gn 1.27]. No final do sexto dia da criação, Deus viu tudo o que havia feito e declarou que era “muito bom” [Gn 1.31]. O capítulo 2 do livro de Gênesis detalha como se deu a criação do homem e da mulher. O Senhor Deus observou que estava faltando uma companheira para o homem e agiu para suprir. O Senhor então criou a mulher a partir do homem e a apresentou, dando instruções de como deveriam viver unidos [Gn 2.18-25].
Subsídio do professor
A expressão “adjutora” também pode ser entendida como “alguém que o ajude” (NTLH) ou “auxiliadora” (ERA) ou “companhia adequada” (Bíblia Judaica Completa). Eva foi criada para ficar ao lado de Adão, para ser seu auxílio e sua ajuda. O propósito inicial era tanto de suprir a necessidade humana de companhia, quanto de dar continuidade a raça humana através dessa união por Ele produzida [Gn 1.27-28; 2.18, 20-22].
2.2. Unir para multiplicar. Deus não criou a mulher como companheira apenas para preencher o lado solitário de Adão. Existe muito mais nessa união. Adão tinha a responsabilidade de cuidar do jardim e protegê-lo, isso ele realizava sozinho [Gn 2.15]. Mas o propósito de Deus ia além. Ele os uniu em matrimônio para que juntos pudessem dar frutos e se multiplicassem sobre a terra [Gn 1.27-28].
Subsídio do professor
Como escreveu o Pr. Vanderli Lima: “a multiplicação é um propósito divino para a família, claramente definido (…) Quando Deus deu aos seres humanos a capacidade de gerar filhos, tornou-os participantes da Sua criação. A família é o ambiente adequado para a geração e a formação da personalidade dos filhos que vierem a nascer”. De acordo com a Bíblia King James: “O ser humano começa sua peregrinação sobre a terra com essa bênção divina: “Frutificai-vos!”, ou seja, “Vicejai”: multiplicar em número e com qualidade de vida, em paz e harmonia por toda a terra e quiçá pelo Universo [v.26; 2.15; Sl 8.6-8]. A humanidade não deveria opor-se a Deus, mas resgatar seu amor primitivo pelo Pai, como mordomos bons e fiéis de toda a criação do Senhor”.
2.3. Deus fez tudo sob medida. Desde a formação do homem como ser vivente, até sua união com a primeira mulher, o texto bíblico indica que o homem não pensou, não executou, e nem tampouco se esforçou para que o Senhor Deus lhe providenciasse uma companhia. Tudo aconteceu por vontade e propósito divino [Gn 1.27]. Deus é o idealizador da família. Isso significa claramente que Deus a fez com propósitos definidos para esse mundo [Ml 2.15]. Por esse motivo, ela deve ser administrada a partir da revelação da Palavra de Deus, nunca através de concepções humanas [Pv 6.20; 23.24; 1Tm 5.8].
Subsídio do professor
John Stott, escrevendo sobre o casamento, enfatizou que, por ser uma “ordenança da criação”, antes da entrada do pecado na humanidade, o casamento deve ser percebido como uma dádiva de Deus para os seres humanos. O escritor ainda registrou: “O mais próximo que a Bíblia chega de uma definição de casamento é a passagem de Gênesis 2.24, a qual o próprio Jesus citaria mais tarde, referindo a ela como uma palavra de Deus, quando perguntaram a ele sobre os motivos permissíveis para o divórcio [Mt 19.4-5].
Eu ensinei que
O desenho original para a família é relacionar-se com seu Criador e representá-lo aqui na Terra. Assim, Deus fez tudo sob medida, unindo e multiplicando, pois Ele é o idealizador da família.
3 – Um modelo estabelecido no princípio
Já aprendemos que o Senhor idealizou a família e a estabeleceu com propósitos que vão além de uma simples união. Agora veremos como é a matriz do casamento no projeto original, que começa com a união entre um homem e uma mulher.
3.1. Deus fez homem e mulher. Deus foi o idealizador, o juiz de paz e o administrador da primeira “cerimônia” de casamento. No projeto original, Deus não uniu dois homens do mesmo sexo, nem tampouco duas mulheres. De acordo com o projeto original, Deus desejava que eles se reproduzissem e pessoas do mesmo sexo não se reproduzem [Gn 1.27- 28]. Deus foi tão perfeito que o milagre da reprodução só pode acontecer por intermédio de um homem e uma mulher. Deus os fez iguais em essência, mas diferentes no corpo, para que em união se complementassem. Até seus órgãos genitais foram idealizados para esse fim. O modelo bíblico para o casamento sempre será um homem e uma mulher, o que passar disso é invenção humana e maligna [1Tm 4.1- 3].
Subsídio do professor
O Pr. Vanderli Lima escreveu quanto à verdade bíblica de que o casamento é heterossexual: “Somente duas pessoas de sexos diferentes – macho e fêmea – podem contrair matrimônio. Observe que o Senhor, ao instituir o casamento, diz homem e mulher [Gn 2.24 – ERA]. É impossível que as partes que se unem no casamento sejam complementares, se não forem de sexos diferentes. O Criador fez a mulher distinta do homem, para que ambos, juntos, pudessem realizar o que Ele determinou”.
3.2. Casamento monogâmico. Outro aspecto da matriz do casamento apresentada no livro de Gênesis é o monogâmico, ou seja, um homem se une com uma só mulher. Tal característica aponta que o projeto divino é que o casamento não fosse desfeito. A revista Superinteressante, de dezembro de 2008, publicou interessante matéria sob o tema: Se não existisse a monogamia? Entre outras consequências, a matéria destaca: aumento da violência e desigualdade extrema. O texto encerra: “Líderes proibiram a poligamia quando precisam que seus súditos combatessem um inimigo em vez de lutarem entre si, escreveu o neurocientista Steven Pinker, da Universidade Harvard. Não é à toa que, orgias à parte, Grécia e Roma defendiam a monogamia. Sem ela, talvez não tivéssemos chegado até aqui”.
Subsídio do professor
No livro Vida Cotidiana nos Tempos Bíblicos encontramos sobre o casamento originalmente planejado por Deus: “Este relacionamento foi desfigurado pela queda da humanidade no pecado. A história de Israel fala das mudanças que afetaram o casamento porque os israelitas preferiram aceitar as práticas degradantes de seus vizinhos ímpios (…) Embora Deus tenha ordenado o casamento como uma relação sagrada entre um homem e uma mulher, logo ele foi corrompido quando alguns homens tomaram duas esposas [cf. Gn 4.19] (…) O livro dos Provérbios nunca menciona a poligamia, muito embora toque em muitos aspectos da cultura hebraica. Os profetas sempre usavam o casamento monogâmico para descrever o relacionamento do Senhor com Israel”.
3.3. Uma união submissa a Deus. A terceira característica da matriz da união conjugal é a submissão a Deus, visando um contínuo relacionamento. Encontramos este aspecto em Gênesis 2.16-17. O restante do relato bíblico revela que a mulher também foi informada acerca da ordenança divina. É preciso resgatar a consciência de que sendo a família instituída por Deus, deve a Ele sua origem, lealdade e adoração. O ambiente familiar também deve ser cúltico. Para tanto, faz se necessário o cultivo da leitura bíblica, oração e louvor em família.
Subsídio do professor
Ciro Eustáquio e Iara D’Arc escreveram: “O grau de importância que se dá ao relacionamento com Deus através da prática de Sua Palavra determinará o grau de sucesso do casamento, assim como das demais áreas da vida. A vida espiritual é o invólucro que deve cobrir todas as outras partes da existência humana. Fomos feitos para ‘espelharmos’ e espalharmos a glória de Deus. Toda a felicidade do homem concentra-se no fato de viver por Deus e para Deus [At 17.28; 1Co 10.31; Sl 128.1; Rm 11.36]”.
Eu ensinei que
Os aspectos do modelo bíblico para o casamento são: a união entre um homem e uma mulher; a monogamia (um homem se une com uma só mulher); e a submissão a Deus.
CONCLUSÃO
Deus criou o matrimônio para que fosse indissolúvel e tudo o que precisamos para uma vida matrimonial bem-sucedida está registrado na Escritura. Deus não somente criou a instituição família, mas também estabeleceu princípios para que seus alicerces não ruírem diante das tempestades [Mt 7.26-27]
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