Lição 01 – O papel influenciador dos pais – Revista Betel adultos 1 trimestre 2021

Lição 1: O papel influenciador dos pais. 3 de janeiro de 2021 Revista de EBD Betel Dominical (adultos) 1º Trimestre de 2021: Ester, a soberania e o poder de Deus na preservação do Seu povo.

Lição 01 – O papel influenciador dos pais

Revista Betel Dominical Adultos – 1 Trimestre de 2021

4 Trimestre de 2021, ano 31 nº 118
Comentarista: Bispo Abner Ferreira
Data: 03 de janeiro de 2021

Texto Áureo

“Ester, porém, não declarou o seu povo e a sua parentela, porque Mardoqueu lhe tinha ordenado que o não declarasse.”
Ester 2.10

👍 Verdade aplicada

Os pais têm muita importância na educação dos filhos, pois são os principais agentes de transmissão de valores nas crianças.

🎯 Objetivos da lição

  • RESSALTAR que devemos vivenciar o querer de Deus.
  • FALAR sobre a importância da responsabilidade paterna.
  • APRESENTAR o perfil da família de Deus.
📜 TEXTO BÍBLICO
ESTER 2
5. Havia então um homem judeu na fortaleza de Susã, cujo nome era Mardoqueu, filho de Jair, filho de Simei, filho de Quis, homem benjamita,
6. Que fora transportado de Jerusalém, com os cativos que foram levados com Jeconias, rei de Judá, o qual transportara Nabucodonosor, rei de Babilônia.
7. Este criara Hadassa (que é Ester, filha de seu tio), porque não tinha nem pai nem mãe; e era moça bela de parecer e formosa à vista; e, morrendo seu pai e mãe, Mardoqueu a tomara por sua filha.
20. Ester, porém, não declarava a sua parentela e o seu povo, como Mardoqueu lhe ordenara; porque Ester cumpria o mandado de Mardoqueu, como quando a criara.

Introdução

Caros irmãos, mais uma vez somos gratos ao Senhor Jesus Cristo pelo início de um novo ano. É verdade que tivemos um ano muito difícil, mas creio que Deus está providenciando coisas melhores, pois, tudo está no controle de nosso Deus. E neste primeiro trimestre do ano, vamos estudar o livro de Ester. Alguns comentaristas o identificam como o “Livro da Preservação ou Livro da Providência”. Este livro histórico revela, sem mencionar o nome de Deus, o cuidado providencial do Senhor para com o Seu povo, mesmo em terra estranha. Apesar do nome de Deus não se mencionar, há abundantes sinais de que Ele estava operando e cuidando de seu povo. As lições, como o livro, terão como foco as vidas de Ester e Mardoqueu no Império Persa, com seus desafios, perigos enfrentados, suas virtudes e integridade, suas crenças e valores, proporcionando-nos, assim, excelente oportunidade para reafirmarmos que é possível sermos fiéis a Deus mesmo em meio a uma geração corrompida.

1 – VIVENCIANDO O QUERER DE DEUS

Ester e Mardoqueu tiveram uma vida repleta de desafios, os quais eles souberam transformar em oportunidades. Quando os pais de (Hadassa) que é Ester morreram, ela foi adotada por seu primo Mardoqueu. Os próprios pais dele provavelmente haviam sido mortos e ele sentiu-se responsável por ela. Mardoqueu ensinou a jovem Ester a amar o seu povo e andar nos caminhos do Senhor. Mardoqueu era um judeu e pertencia a tribo de Benjamim (Et 2.5). Sua família foi deportada para a Babilônia. Assim, Mardoqueu provavelmente nasceu em Susã, cidade que se tornou uma das capitais do Império Persa após Ciro ter conquistado a Babilônia. Mardoqueu herdou uma posição oficial entre os judeus cativos que o manteve no palácio, mesmo após a expulsão dos babilônios. Mardoqueu era um homem que fazia tudo na direção de Deus.

1.1. Ensina a criança no caminho em que deve andar

A formação do caráter da pessoa começa desde os primeiros dias de sua vida, desse modo, é muito importante que bons ensinamentos sejam repassados por seus pais à criança, pois serão fundamentais para moldar sua forma de viver por toda vida. Por isso, Salomão escreveu em Provérbios 22.6 “Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele.” Veja a importância de se ter um lar, onde há pais tementes a Deus e sábios para criarem seus filhos. Mardoqueu adotou Ester e criou como se fosse sua própria filha, ensinou a ser fiel e confiar em Deus, mesmo nas circunstâncias mais difíceis.

✍️ Subsídio

O Papel de Líder da FamíliaInicialmente, acentua-se que um grupo social sem um líder é um convite ao caos. No mesmo sentido, salienta-se que é um desastre quando uma nação está sem governo e quando um exército está sem comando. Dessa forma, o apóstolo vaticina que “aprouve a Deus determinar ao esposo a tarefa de ser a cabeça da esposa, portanto também da família”.Essa ordem de autoridade deve ser observada do seguinte modo: Deus, a cabeça de Cristo; Cristo, a cabeça do homem; e o homem, a cabeça da mulher (1 Co 11.3).

A subordinação dentro do lar é explicada na frase “o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja” (Ef 5.23). Esse versículo revela o modelo de relacionamento do casamento cristão, isto é, o marido deve liderar a sua casa do mesmo modo como Cristo lidera a Igreja — com amor altruísta — em prol do conforto, aconchego, segurança e felicidade da esposa (5.29). O Comentário Beacon ressalta que, embora homens e mulheres sejam iguais diante de Deus, existe uma hierarquia no casamento em que o marido possui certas obrigações “divinamente ordenadas e a esposa tem que aceitar com alegria”.

Sabe-se, porém, que havia códigos domésticos nas culturas antigas que positivavam prerrogativas apenas aos maridos e que obrigavam as esposas à submissão silenciosa e, muitas vezes, com obediência absoluta.Em contrapartida, a mensagem de Efésios difere das normas dos povos antigos e assevera que essa submissão deriva da consideração e do amor incondicional. Hendriksen acentua essa submissão da seguinte forma: Por certo que ele tem tal autoridade [marido] e deve exercê-la, porém jamais de maneira dominante.

A comparação com Cristo como cabeça da igreja (cf. 1.22; 4.15; Cl 1.18) revela em que sentido o esposo é a cabeça da esposa. Ele é sua cabeça no sentido de estar vitalmente interessado no bem-estar dela. É o protetor dela. Seu padrão é Cristo que, como cabeça da igreja, é seu Salvador! Destaca-se que o movimento feminista, com viés neomarxista, considera esse modelo da família patriarcal como um sistema opressor e abusivo do homem para com a mulher. Ao contrário desse falacioso discurso, nas Escrituras Sagradas, o papel do líder da família, o marido, está fundado no amor e respeito mútuos (Jo 13.34-35).

1.2. Família em primeiro lugar

Como dito pelo autor, na cultura judaica era imprescindível que os pais educassem os filhos. Os conhecimentos eram transmitidos aos filhos desde sua infância visando uma melhor conduta e preparação para vida em todos os sentidos. Assim, também, deveríamos praticar essa cultura e ensinar nossos filhos da melhor forma possível a serem pessoas amorosas, honestas, e tementes a Deus. Foi exatamente assim, que Mardoqueu criou Ester. Se todas as famílias estiverem bem, logo teremos uma sociedade estabilizada, porque a família é base para se ter uma sociedade consolidada. Por isso, a necessidade de termos famílias vivendo de acordo com a vontade de Deus, onde aprendemos todos os tipos de conhecimentos, seja psicológicos, cultural e espiritual. Pela providência divina, Ester foi instruída por Mardoqueu que soube com dedicação e amor educá-la com toda prioridade.

1.3. Faça a diferença onde você estiver

Muitas vezes, as atribuições de Deus para nós exigem preparação, sabendo disso, Mardoqueu se empenhou em educar Ester da melhor forma. Assim, devemos estar confiante e preparado para o trabalho que o Senhor tem para nós e fazer a diferença onde quer que estejamos. Foi assim, com Ester, era apenas uma jovem judia, órfã e sem muita visibilidade, mas através do agir de Deus, da educação de seu pai adotivo Mardoqueu e das instruções recebidas no palácio (Et 2.12), Deus levantou Ester do anonimato para tornar rainha de toda terra. Ela foi um instrumento nas mãos do Senhor para salvar a si mesma e seu povo da destruição.

✍️ Subsídio

Características Especiais Cinco características assinalam o livro de Ester.
(1) É um dos dois livros na Bíblia que levam o nome de uma mulher, sendo Rute o outro.
(2) O livro começa e termina com uma festa, e menciona um total de dez festas ou banquetes no decurso das quais se desenrola boa parte do drama do livro.
(3) O livro de Ester é o último dos cinco rolos da terceira parte da Bíblia hebraica, chamados Hagiographa (“Escritos Sagrados”). Cada um desses rolos é lido publicamente em uma das grandes festas judaicas. Este aqui é lido na festa de Purím, em 14-15 de adar, que comemora o grande livramento do povo judeu na Pérsia, durante o reinado de Ester.
(4) Embora o livro mencione um jejum de três dias de duração, não há qualquer referência explícita a DEUS, à adoração, ou à oração (aspecto este que tem levado alguns críticos a, insensatamente questionarem o valor espiritual do livro).
(5) Embora o nome de DEUS não apareça através do livro de Ester, sua providência é patente em toda parte do mesmo (e.g., 2.7,17,22; 4.14; 4.16—5.2; 6.1,3-10; 9.1).

Nenhum outro livro da Bíblia ilustra tão poderosamente a providência de DEUS ao preservar o povo judeu a despeito do ódio demoníaco dos seus inimigos.

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2 – EXERCENDO A RESPONSABILIDADE PATERNA

Ester era filha de Abiail, que havia morrido; ela cresceu na Pérsia com seu primo mais velho, Mardoqueu, que criou a sobrinha órfã como se fosse sua própria filha (2.7,15). Mardoqueu era um homem reto e temente a Deus, tinha um coração bondoso, sabendo que os pais de Ester morreram, ele tomou para si toda a responsabilidade de criar e educar a jovem Ester com todo carinho. Por isso, Ester tinha todo respeito, obediência e consideração por seu pai adotivo. Em Dt 11.18-21, Deus deixa bem clara a responsabilidade dos pais no ensinamento dos filhos. Educar os filhos não é uma tarefa fácil. Deus, porém, confiou-nos essa tarefa, e assim, devemos assumir essa responsabilidade.

2.1. O cristão deve brilhar como testemunho de Cristo

Mardoqueu foi um pai brilhante, ele soube como transmitir a Ester um ensino de qualidade, não somente na teoria, como muitos o fazem, mas comprovando esses ensinos através de sua conduta no dia a dia. Foi exatamente essa educação que fez a diferença na vida de Ester. Ela foi uma jovem obediente, quando foi escolhida pra ser rainha soube ser prudente e agia sob a direção de Deus em todas as suas decisões. Ester e Mardoqueu são exemplo de como o cristão deve se comportar, por isso, nos serve como brilhante testemunho de Cristo.

✍️ Subsídio

Na lista de prioridades de qualquer pessoa deve constar em primeiro lugar DEUS, depois a si próprio com sua vida íntegra em santidade e comunhão com o ESPÍRITO SANTO (lendo, estudando a Bíblia, jejuando e orando). Depois seu cônjuge, depois seus filhos, depois a Igreja, depois seu emprego, depois seus parentes, depois a sociedade em geral. Como a Família é uma igreja, o reino de DEUS está sendo buscado e amado quando amamos e cuidamos de nossa família. (Mt 6.33). Interessante que se alguém não está bem na Família nem deve ocupar cargo na Igreja. Convém, pois, que o líder na igreja seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar; Não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento; Que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia (Porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de DEUS?); Não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo. Convém também que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em afronta, e no laço do diabo. 1 Timóteo 3:2-7 É muito triste quando o obreiro se encontra empenhado em ganhar outras famílias para CRISTO, mas perde sua própria casa por falta de atenção, zelo e amor (1 Tm 5.8). Impressionante que grandes homens de DEUS tiveram filhos pecadores e desleixados, alguns chamados até de filhos de Belial.

FILHOS DE ELIEram, porém, os filhos de Eli filhos de Belial e não se importavam com o SENHOR 1 Sm 2:12
BELIAL – (Strong Português) בליעל b ̂eliya Ìal
1) imprestável
1a) imprestável, bom para nada, não proveitoso, companheiro vil
1b) ímpio
1c) ruína, destruição (construção)
“os filhos de Eli eram filhos de Belial” (VKJ) Em versões modernas elas são normalmente lidas como uma frase:
“os filhos de Eli eram ímpios” (NVI) – No texto hebreu a frase é “filhos de Belial” ou simplesmente “filhos da vileza”. Entretanto as frases “filhos de” são uma expressão semítica comum como “filhos da destruição” e “filhos da violação”
Os filhos do sacerdote Eli não prestavam e não se importavam com DEUS, o SENHOR.

Os pais não estão somente criando filhos, mas construindo templos. Uma vez que os seres humanos são feitos para serem preenchidos com a presença de DEUS, os pais são construtores de templos, assentando uma fundação sólida de disciplina coberta por um telhado robusto de incentivo. Conectando a fundação (que dá estabilidade) ao telhado (que dá segurança), há duas robustas colunas chamadas estabilidade e firmeza (YOUNG, Ed. Os 10 Mandamentos da Criação dos Filhos. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p.)

2.2. Momento de se calar

A Bíblia enaltece a obediência dos filhos aos pais (Ef 6.1-3; Mt 15.4). Sendo órfã (Et 2.15), Ester em tudo obedecia a Mardoqueu, seu pai adotivo. Certa ocasião, quando este lhe ordenou que não declarasse a que povo pertencia, a jovem não hesitou, obedeceu-o prontamente (Et 2.10,20). Mesmo casada, Ester permaneceu fiel às promessas que fizera a Mardoqueu, honrando-o em tudo (Êx 20.12). Em algumas ocasiões é prudente ficar em silêncio até chegar o momento certo de falar. Isto é especialmente aplicável nas situações em que lidamos com pessoas que possuem autoridade sobre nós. No entanto, podemos sempre ver a diferença que Deus faz em nossa vida.

2.3. Momento de não se calar

No tópico anterior, Ester em obediência a Mardoqueu, ficou calada e não revelou a origem de seu povo e a sua parentela. (Et 2.10,20). Mas a Bíblia diz que há tempo de estar calado e tempo de falar (Ec 3.7), agora chegou a hora de falar, mais tarde, ao receber o pedido de Mardoqueu para livrar seu povo do extermínio, Ester mais uma vez atendeu-o, mesmo consciente dos sérios riscos que correria (Et 4.8,16). Ester e Mardoqueu colocaram de lado seus próprios medos e agiram. Ester arriscou sua vida ao pedir que o rei Assuero salvasse os judeus. Sua atitude corajosa nos proporciona um exemplo a seguir ao nos depararmos com difíceis ou perigosas tarefas.

✍️ Subsídio

A oportunidade de Ester surgiu quando ela ganhou um concurso de beleza realizado com representantes de cento e vinte e sete países e províncias do Império Persa, para eleger uma rainha. Ela casou-se com Assuero (mais conhecido como Xerxes), e viveu com ele até a sua morte, treze anos depois. Ela estava casada com o rei havia cinco anos, quando Hamã conspirou o massacre dos judeus. Depois da libertação deles, Assuero, o poderoso monarca do Império Persa, teve um conselheiro judeu (Mordecai), bem como uma esposa judia.

Como era a vida na época de Ester? Ester e o seu povo eram uma raça minoritária em uma terra estranha. Era um povo desapossado, com limitada liberdade pessoal. O soberano oriental era cruel e opressor. A existência era uma luta diária.
Que problemas semelhantes aos nossos Ester enfrentou? Ester enfrentou e participou da perseguição do seu povo. Sem dúvida ela foi tentada a ficar em silêncio e escapar à vergonha ou ao prejuízo pessoal. Hoje em dia, os jovens cristãos não gostam de ser escarnecidos ou encarados como “diferentes”. Todos nós enfrentamos uma crise, mais cedo ou mais tarde. Ester era uma jovem que surgiu em uma emergência. Como foi que Ester resolveu os seus problemas? Ela estava disposta a abandonar a sua posição – e até a sua vida – a fim de salvar o seu povo (Ester 4:13; 5:1-8) e teve a coragem de falar quando chegou a hora, mas com tato e sabedoria.

As oportunidades de Ester foram maiores ou menores do que as nossas? Como sempre, as “chances” vêm para aqueles que estão dispostos a tirar o melhor partido delas. Hoje, a história de Ester poderia ser re-escrita, mas com graça cristã em vez do desejo de vingança que vemos nos últimos capítulos. Em CRISTO, podemos nos elevar a um amor que perdoa os nossos inimigos.

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3 – O PERFIL DA FAMÍLIA DE DEUS

Foi Deus quem instituiu a família, assim, a família só será perfeita e feliz se o Criador estiver presente neste lar. É na família que se aprende valores fundamentais, tais como: amor, respeito, afeto, consideração e outros valores importantes para criação dos filhos e a união do casal. Assim, a família é o alicerce para obter uma sociedade edificada. Pela providência divina, após a morte de seus pais, Ester foi criado por Mardoqueu, um homem valoroso e temente a Deus que de forma diligente educou-a nos caminhos do Senhor.

3.1. É preciso alcançar o coração da criança

Certamente, Mardoqueu usou de muita habilidade para ensinar e adquirir a confiança de Ester. São poucos os pais que sabem lidar com os filhos, é preciso amar, ter paciência, flexibilidade, respeito e dizer não quando necessário. Assim, alcançaremos o coração de nossos filhos trazendo um relacionamento amoroso na família. Ester se tornou obediente a Mardoqueu porque ele foi um pai adotivo muito especial.

✍️ Subsídio

Esequias Soares afirma que essa prescrição está intrinsecamente relacionada à cognação entre pai e filho e entre Deus e o seu povo, pois “não existe na vida alguém mais importante para o filho do que o pai e a mãe; eles são seus heróis. Esse relacionamento é análogo ao de Javé com o seu povo Israel (Dt 1.31)”.Isso sinaliza que a conduta dos filhos em obedecer aos pais é algo tão correto quanto é a conduta dos salvos em obedecer a Deus.

Quanto à motivação exigida nessa obediência, Hendriksen destaca que “toda obediência egoísta, ou relutante, ou sob terror deve ser terminantemente descartada”.

Nesse aspecto, a prescrição divina não requer obediência aparente como mera observância da Lei. O apóstolo Paulo enfatiza que os filhos devem ser obedientes “no Senhor”, e isso significa “obedecer por amor ao Senhor”.Foulkes considera que mesmo uma criança na sua simplicidade pode saber o que significa amar no Senhor e obedecer por causa do Senhor. O texto correlato em Colossenses corrobora com esse entendimento quando diz: “Vós, filhos, obedecei em tudo a vossos pais, porque isto é agradável ao Senhor” (Cl 3.20).

Nesse sentido, no versículo seguinte (Ef 6.2), Paulo assevera que somente a prática da obediência formal (6.1) não é suficiente na completude do dever cristão, mas que os filhos também devem cumprir o quinto mandamento do decálogo, qual seja, o de “honrar pai e mãe” (Êx 20.12; Ef 6.2). O termo grego utilizado pelo apóstolo para honrar é timao, que significa “alto respeito ou estima mostrada a uma outra pessoa”.Dessa forma, os filhos que obedecem aos seus pais por amor ao Senhor irão naturalmente demonstrar reverência e apreço pelos seus genitores.

Assim, frisa-se que a ordem dos filhos em obedecer e honrar aos pais deriva de uma determinação divinamente estabelecida. Deus deseja que os filhos estejam sujeitos, que confiem na sabedoria, na experiência e na capacidade dos seus pais em educá-los, tal qual fez Jesus em relação aos seus pais terrenos (Lc 2.51). Obedecer, portanto, significa cumprir por amor aquilo que é ordenado. Honrar envolve respeito, consideração, ajuda e até sustento caso seja necessário.

3.2. Ester teve seu caráter formado na infância

Uma família possuidora de bons princípios, sendo ela cristã ou não, saberá criar os filhos com zelo e carinho, isto permitirá que os filhos aprendam dos pais bons costumes, terão bons relacionamentos e saberão lidar com equilíbrio, prudência e sabedoria em todas as adversidades da vida. Mardoqueu instruiu Ester desde a infância a ser obedientes nos caminhos do Senhor (Dt 6.6-7). Ester guardou no seu coração todos os ensinos e quando adulta permaneceu fiel ao Senhor. “Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti”. Salmos 119.11.

✍️ Subsídio

Aos Colossenses, o apóstolo faz orientação semelhante ao escrever: “Pais, não irritem os seus filhos, para que eles não fiquem desanimados” (Cl 3.21-NAA). Na instrução cristã, a disciplina dos genitores deve ter o condão de ajudar os filhos a fazerem o correto, e não a de irritar ou de provocar sentimentos de raiva ou rebeldia. A disciplina que não instrui não cumpre o seu papel regularizador e, dessa forma, não torna os filhos em pessoas melhores e responsáveis, mas, sim, em pessoas rancorosas que contestam ordens e não as aceitam.

O propósito de Paulo é que o lar cristão seja harmonioso e pacífico, uma vez que a desobediência dos filhos pode acabar com a paz e a alegria de qualquer lar. 294 Nesse parâmetro, sublinha-se que a desarmonia no lar provocada pelo conflito entre pais e filhos pode ser explicada pelos seguintes erros na educação: (1) excesso de proteção; (2) favoritismo (Gn 25.28); (3) desestímulo; (4) não reconhecer o fato de que o filho está crescendo; (5) negligência e (6) uso de palavras ásperas.

E, a fim de não incorrerem nessas faltas, os pais cristãos são orientados a não abusar da autoridade recebida. Eles devem educar com brandura e amor, sem rigor excessivo ou imposições injustas para não incitar a ira dos seus filhos e, assim, manter a unidade no ambiente familiar (Ef 6.4a). Na segunda parte do versículo em comento, Paulo enfatiza que, em lugar de provocar os seus filhos à ira, os pais devem criá-los na “disciplina e admoestação do Senhor” (6.4b, ARA). Depreende-se do supradito texto a presença de dois métodos essenciais na educação de filhos cristãos, a saber: a disciplina e a admoestação.

Nesses dois substantivos, encontra-se o resumo da maior responsabilidade dos pais, isto é, criar os filhos na disciplina da correção apropriada e compassiva e no conhecimento do dever que Deus requer deles.O vocábulo “disciplina” é a tradução do termo grego paideía, que significa orientação ou treinamento, que concorre para o desenvolvimento do caráter e pronta obediência das normas. Stott assevera que aqui a ênfase da disciplina recai na correção. Trata-se da mesma palavra usada em Hebreus com respeito aos pais terrestres e também ao nosso Pai celestial, que “nos disciplina para aproveitamento” (Hb 12.5-11).

Não se trata de espancamento, mas de instrução equilibrada, controlada por direitos e deveres com vistas ao aprendizado. Nesse mesmo sentido, a palavra “admoestação”, do grego nouthesia, significa “uma instrução ou advertência que faculta a distinção entre o mal e o bem”.

Não se refere à severidade excessiva e nem à permissividade, mas, sim, ao equilíbrio necessário e indispensável na educação dos filhos. Mercê dessas exortações bíblicas, cabe aos pais a responsabilidade de estabelecer os parâmetros de conduta e reagir contra a desobediência dos seus filhos. O complemento paulino “disciplina e admoestação do Senhor” (6.4, ARA) significa que os critérios dessa educação é a Palavra de Deus (ver Pv 22.6).

3.3. Como educar as crianças desta geração?

Atualmente a tarefa de educar e criar os filhos têm se tornado um grande desafio, pois, estamos vivendo uma geração bastante diferente, assim, precisamos buscar ajuda de Deus a fim de educar nossos filhos da maneira certa. A tarefa de educar os filhos não é nada fácil, mas temos essa responsabilidade e não podemos deixar de exercê-la. Muitos pais de forma errônea têm atribuído essa tarefa à escola, porém, o papel da escola é ensinar a ler e escrever e outras disciplinas seculares. A educação começa dentro do lar, para que cumpramos essa nobre missão, temos que buscar sabedoria de Deus. Tiago 1.5;3.17.

CONCLUSÃO

O livro de Ester é uma história magnífica da providência de Deus sobre nossa vida e da nação, mesmo sendo ausente o nome de Deus, vemos em todo o livro a soberania e o Seu poder em tudo. Assim, como Ester e Mardoqueu, devemos orar e confiar no Senhor em todo o tempo para sermos triunfantes a despeito das adversidades. Confiemos sempre no Senhor!

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