Lição 01 – CPAD Adultos 2 trimestre 2022

Lição 01 – O Sermão do Monte: o Caráter do Reino de Deus – CPAD Adultos 2 trimestre 2022

Revista CPAD Lições Bíblicas Adultos 2 trimestre 2022

Revista CPAD Adultos 2 trimestre 2022 | Lição 01 – O Sermão do Monte: o Caráter do Reino de Deus. Escola Dominical – PDF – Revista Digital
Tema da revista: Os Valores do Reino de Deus – A Relevância do Sermão do Monte para a Igreja de Cristo

TEXTO ÁUREO

“Bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem, e perseguirem , e, mentindo, disserem todo mal contra vós, por minha causa.” (Mt 5.11)

VERDADE PRÁTICA

O Sermão do Monte revela a ética do Reino de Deus que forma o caráter do cristão. Para quem deseja ser chamado discípulo de Jesus, não há alternativa senão praticá-lo.

LEITURA DIÁRIA
SegundaMt 7.28; Lc 6.17 – Um sermão para quem segue Jesus com sinceridade
Terça2 Co 5.17 – Um sermão para quem nasceu de novo
QuartaAp 1.3; 14.13; 22.17 – Um sermão que nos permite desfrutar da felicidade divina
QuintaMt 5.3; 12 .28 ; Mt 7.21,22 – Aspectos presentes e futuros do Reino de Deus
SextaMt 3.8-10 – É preciso viver as beatitudes espirituais na vida cristã
SábadoGl 2.20; Fp 3.7,8; Rm 12.2 – É preciso renunciar o “eu carne” e acolher o “eu espiritual”
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Mateus 5.1-12
1 Jesus, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos;
2 e , abrindo a boca, os ensinava, dizendo:
3 Bem -aventurados os pobres d e espírito, porque deles é o Reino dos céus;
4 Bem -aventurados os que choram, porque eles serão consolados;
5 Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra;
6 Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;
7 Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia;
8 Bem -aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;
9 Bem -aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;
10 Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus;
11 Bem -aventurados sois vós quando vos injuriarem , e perseguirem , e, mentindo, disserem todo mal contra vós, por minha causa.
12 Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.

HINOS SUGERIDOS

  • 126 – Bem-Aventurança do Crente
  • 131 – De Valor Em Valor
  • 232 – Os Bem Aventurados

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PLANO DE AULA

  1. INTRODUÇÃO
    Vivemos uma degradação de valores em nossa sociedade. Por isso, neste trimestre, tem o privilégio de estudar os valores do Reino de Deus revelados no Sermão do Monte. O pastor Osiel Gomes, escritor, conferencista e líder da AD em Tirirical (São Luís/MA) é o comentarista deste trimestre . Ele nos ajudará a compreender a relevância do Sermão do Monte para a Igreja de Cristo nos dias atuais.
  2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
    A) Objetivos da Lição:
    I) Analisar a estrutura do Sermão do Monte;
    II) Correlacionar as bem -aventuranças com o caráter cristão;
    III) Afirmar a bem-aventurança do cristão.
    B) Motivação: Qual é a visão de mundo que fundamenta a vida do seu aluno? Ele toma decisões no mundo com base em qual ética? Uma ética materialista, mundana? Ou com base na ética do Reino de Deus, conforme revelada no Sermão do Monte?
    C) Sugestão de Método: Sugerimos que enriqueça a aula por meio de exemplos positivos de cristãos que buscaram viver pelo menos uma das oito bem-aventuranças do Sermão do Monte. O exemplo pode ser dado por meio de uma pessoa da própria igreja local, ou de notícias, livros etc.
  3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
    A) Aplicação: Sugerimos que ao final da aula, você faça um momento de meditação e oração. À luz das bem-aventuranças estudadas em aula, leve os alunos a meditar sobre a própria conduta e a suplicar a Deus a graça de viver as bem-aventuranças do Sermão do Monte.
  4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
    A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas. Na edição 89, p.36, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
    B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará dois auxílios que darão suporte na preparação de sua aula:
    1) O texto “O Segredo da Felicidade” é uma reflexão ampliada pelo teólogo Myer Pearman acerca do conceito de bem-aventuranças;
    2) O texto “Dono da Maneira como Pensamos”, do pastor Stan Toler, traz uma proposta de aplicação a respeito do impacto que o ensino de Jesus pode trazer para a vida cristã.

INTRODUÇÃO

O tema deste trimestre é o Sermão do Monte, ou Sermão da Montanha. Considerado a alma do Evangelho, o ensino que Jesus transmitiu no monte se destaca pela sua dimensão prática e revela a essência de um verdadeiro seguidor de Cristo. Ao longo do trimestre, veremos que o Sermão do Monte traz um ensinamento que, em um primeiro instante, volta-se plenamente para Deus; e, noutro, revela o lado ético do divino reino: amar o próximo. Esses dois momentos perfazem os pilares da vida cristã (Mt 22.37,39). Assim, o Sermão do Monte é um convite para praticar o que Jesus ensinou.

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PALAVRA-CHAVE: BEATITUDE

Comentário da Lição

Não se pode renegar a grande inuência e leitura que se faz do Sermão da Montanha, atribui-se a ele as mais diversas nomenclaturas: Cristianismo Essencial, Manifesto de Cristo, O Alvo da Vida, A Vida Cristã Ideal, porém o que se pode realmente dizer é que nos capítulos 5–7 do Evangelho de Mateus o que se tem é a sinopse do ensino ético das exigências de Cristo para aqueles que desejavam fazer parte do seu Reino. Em suas partes há ensinos gerais e impactantes que abrangem as múltiplas áreas da vida religiosa. Falando desse sermão, John Stott diz:
É provável que o Sermão do Monte seja a parte mais conhecida do ensino de Jesus, embora, discutivelmente seja a menos compreendida e, sem dúvida, ao que menos se obedece. Do que ele já proferiu é o que mais se aproxima de
um manifesto, pois é sua própria descrição do que queria que seus seguidores fossem e fizessem.

Pelas palavras acima, compreendemos que o simples fato de ser o mais conhecido ensino de Cristo não garante plenamente sua compreensão e prática, pois disso resulta a necessidade da transformação divina, visto que só pode realmente valorizar aquilo que é espiritual, procedente de Cristo, quando se é espiritual (1Co 2.15). Essa espiritualidade só é possível por intermédio do novo nascimento, caso não seja assim, tais verdades etéreas serão de pouca monta, como bem foi falado por Jesus a Nicodemos (Jo 3.12). Apesar da mensagem do Mestre divino em Mateus, nos capítulos de 5 a 7, sua praticidade é quase impossível porque primeiramente deve ocorrer uma mudança interior para que se deseje as pepitas de ouro deixadas por Cristo.

I. A ESTRUTURA DO SERMÃO DO MONTE

1. Por que Sermão do Monte?

A introdução do capítulo 5 de Mateus (os dois primeiros versículos) anuncia o título do Sermão do Monte. De acordo com Mateus 8.1,5 e Lucas 7.1 é admissível que esse monte estivesse perto de Cafarnaum. Geograficamente, diz-se que ele estava situado a 6,5 quilômetros a oeste do Mar da Galileia e 13 quilômetros a sudeste de Cafarnaum. No monte do sermão, nosso Senhor assentou que ensinou aos seus discípulos.

🔔 Comentário da Lição

Antes de adentramos especificamente na questão da estrutura do Sermão da Montanha, vamos começar falando sobre o porquê do Sermão do Monte. Na parte de Lucas 6.20-49, o sermão é suscinto e o nome que recebe é Sermão da Planície. Isso se deve à questão da diferente localidade (Lc 6.17). Fazendo um paralelo com Mateus, está escrito que Jesus subiu a um monte, do qual passou a dar suas instruções (Mt 5.1). No texto grego, Mateus começa assim:

Ἰδὼν δὲ τοὺς ὄχλους ἀνέβη εἰς τὸ ὄρος·,
Vendo Jesus as multidões, subiu para a montanha (Mt 5.1).

Assim, o título sermão é julgado por alguns
estudiosos como sendo infeliz. Em relação à aparente discordância existente em Mateus e Lucas, não se pode em momento algum assegurar tal desarmonia, o que é bem explicado no Comentário Bíblico de William Hendriksen, que
diz:

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De acordo com Lucas, o sermão foi pronunciado “num lugar plano” (6.17), mas, de acordo com Mateus, “sobre um monte”. Aparamente contradição desaparece, seja admitindo que Jesus pronunciou seu discurso num planalto ou que, tendo escolhido seus discípulos no cume do monte, desceu com eles para a planície onde curou os enfermos e, em seguida, com os discípulos, voltou para o cume do monte (ver Mc 3.13; Lc 6.17 e Mt 5.1, nessa ordem). Se o segundo ponto de vista for adotado, tudo indica que na planície ele parou para curar os enfermos; no alto do monte ele se sentou, segundo o costume da época (Mc 4.1; 9.35; 13.3; Lc 4.20), para pronunciar o sermão. Seja qual for o ponto de vista que alguém adote, é evidente que nenhum conflito entre Mateus e Lucas pode ser provado.

2. A estrutura do Sermão do Monte.

Para alguns estudiosos, o Sermão do Monte se fundamenta na narrativa que começa em Mateus 1.4-16. O desdobramento dela envolve a genealogia de Jesus e os sete cumprimentos proféticos que aparecem nesse Evangelho:
1) Emanuel (1.23);
2) Nascimento em Belém (2.6);
3) O chamado do Egito (2.15);
4) O choro de Raquel (2.18);
5) Chamado de Nazareno (2.23);
6) João Batista: uma voz no deserto (3 -3);
7 ) Uma grande luz (4.14-16).

Assim, toda essa estrutura precede os cinco grandes discursos do Sermão do Monte:
1) As Bem-Aventuranças (5.3-12);
2) Sal e luz (5.13-16);
3) Jesus é o cumprimento da Lei (5.17-4 8 );
4) Os atos de justiça (6 .1-18 );
5) Declarações de sabedoria (6.19-7.27).
Como um desdobramento em toda narrativa messiânica do evangelista Mateus, o Sermão do Monte deve ser compreendido e valorizado a partir da autoridade e a messianidade de Jesus para chamar pessoas a viver uma vida nova no Reino de Deus.

🔔 Comentário da Lição

Para compreendermos com precisão a estrutura do Sermão do Monte, é necessário que se esteja atento à expressão que sempre fecha os cinco discursos como aparecem em Mateus, que é: “Quando Jesus acabou…”. O sermão do Monte é um dos primeiros desses discursos, depois há que se atentar para a narrativa que continua, como bem se nota dos capítulos 8 e 9 em diante. Robert H. Gundry6 nos dá uma visão muito ampla do que sejam esses cinco discursos:

Os discursos constantes em Mateus são “sermões” mais ou menos longos, aos quais foram acrescentados ditos isolados de Jesus, em lugares apropriados. Cada discurso termina com esta fórmula: “Quando Jesus acabou de proferir estas palavras…” Os discursos e seus temas respectivos são conforme mostramos abaixo: 1) O Sermão da Montanha (Capítulos 5-7), significado da verdadeira (interna) retidão. 2) A Comissão dos Doze (capítulo 10):
Significado do Testemunho em Prol de Cristo (perseguição e Galardões). 3) As parábolas (capítulo 13): Significado do Reino. 4) Sem qualquer título geral (capítulo 18): Significado da Humildade e do perdão. 5) A Denúncia contra os Escribas e Fariseus (capítulo 23 e o Discurso dom monte das Oliveiras, frequentemente chamado “O Pequeno Apocalipse” (capítulos 24 e 25): Significado da Rejeição de Israel. Deus rejeitou a Israel, por haver a nação rejeitado a Jesus, O Messias; ocorrerá um hiato de tempo, Jerusalém será destruída, as nações serão evangelizadas, e então Cristo retornará.

3. A quem se destina o Sermão do Monte?

Os ensinos do Sermão do Monte podem ser considerados os princípios esboçados por Cristo , que revelam a verdadeira característica do seu reino messiânico. A princípio, podemos dizer que o Sermão do Monte foi direcionado aos discípulos (Lc 6.20), mas também à boa parte da multidão que o ouvia (Mt 7.28; Lc 6.17). Por tanto , o Sermão do Monte é destinado a todo crente que nasceu de novo (2 Co 5.17).

🔔 Comentário da Lição

Quanto à questão da destinação do Sermão do Monte, isto é, a qual público Jesus o direcionou, foi e é ainda algo que muitos se digladiam quanto ao assunto. Exegetas, hermeneutas e teólogos têm debatido incansavelmente quanto ao tema, pois alguns julgam que os princípios exarados por Cristo são padrões tão elevados, absolutos,
que se questionam se realmente seriam para os cristãos comuns desta terra. Os luteranos davam um conceito elevadíssimo para o Sermão do Monte, mas faziam isso dizendo que seus ideais eram tão belos que não poderiam ser realizados, de modo que Jesus os ensinou para mostrar a insuficiência humana, servindo apenas como um recurso
para preparar os homens para receberem o evangelho de Cristo.

SINÓPSE I

O Sermão do Monte está estruturado em cinco grandes discursos proferidos por Jesus Cristo e tem como público-alvo todos os crentes que nasceu de novo.

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II. AS BEM-AVENTURANÇAS E O CARÁTER DOS FILHOS DE DEUS

1. O que são as Bem-Aventuranças?

A expressão “bem-aventurados” é um adjetivo plural grego, makarioi, que significa “felizes”. Essa expressão trata das qualidades presentes na vida dos que dependem de Deus, que estão sob seu domínio e soberania e seguem a Jesus com sinceridade. Ela ainda se refere tanto ao presente quanto ao futuro. Nesse sentido, o salvo está consciente das promessas divinas para o futuro, a fim de que viva piedosamente em Cristo e desenvolver as virtudes presentes no Sermão do Monte. Assim , nas palavras de nosso Senhor (Mt 5.1-11), as bem-aventuranças são o resultado da fidelidade do crente a Deus que, em qualquer circunstância, perseverar no caminho e, com isso, participa das bênçãos divinas da salvação (Ap 1.3; 14.13; 22.17).

🔔 Comentário da Lição

O Comentário Pentecostal Bíblico do Novo Testamento7 concede uma bela definição do que sejam as bem-aventuranças:
Estes pronunciamentos de Jesus obtêm o nome da palavra latina beatitudo, do substantivo relacionado com beatus, que é como a Vulgata traduz o termo grego makarios (Mt 5.3-11). Essa forma de discurso não se originou com Jesus;
ocorre frequentemente nos Salmos e na literatura sapiencial do Antigo Testamento, e até os gregos tinham tais discurso. A forma se origina da literatura hebraica e judaica com que Jesus estava familiarizado […]. Ainda
que a forma e espírito das bem-aventuranças provenham dos judeus, a singularidade dos ensinos de Jesus mostra que Ele cumpriu sua forma e espírito. Cada beatitude abrange três seções: o estado (i.e., bem-aventurança), a condição e a recompensa. Pela definição dada, ainda que a forma de tal discurso não seja inovadora, Cristo a cumpriu de modo diferente, não se coadunando ao espírito dos judeus em sua forma literária. A expressão bemaventurado, que do grego é o adjetivo makários, cuja forma prolongada vem do poético makar (significando o mesmo), quer dizer feliz. Tal expressão não pode ser totalmente compreendida no nosso português, como procede tanto do hebraico como do grego, isso em sua essência, pois a palavra significa uma benção que aquele que a pronuncia, caso realmente tenha sido transformado por Cristo, sabe do seu valor, que se revela pela virtude e no viver diário neste mundo.

2. O Reino de Deus e seu caráter.

No Evangelho de Mateus identificamos a chegada do Reino de Deus e a pregação de Jesus a respeito do Evangelho do Reino (3.2; 4.17,23). Mas o que seria o Reino de Deus? Na Bíblia, o Reino de Deus é comparado a uma semente, a qual se desenvolve ao longo do tempo (Mc 4.26-29), de modo que podemos falar a respeito de um Reino presente (Mt 5.3; 12.28; 19.14) e de um futuro (Mt 7.21,22; 25.34). A expressão Reino de Deus declara a soberania, reinado e governo de Deus atuando em tudo. Podemos ainda destacar pelo menos quatro conceitos que se referem a essa expressão na Bíblia:
a) O Reino no coração. Um reinado que ocorre dentro do coração da pessoa que se rende à soberania de Deus (Lc 17.21).
b) A chegada do Reino como salvação. Quando a pessoa passa pela experiência salvífica, desfruta de bênçãos, tanto espirituais quanto materiais, reconhece e obedece ao grande Rei (Mc 10.25,26).
c) Igreja: a expressão do Reino de Deus. Constituída de pessoas com o coração regenerado é transformado e que, por isso, reconhecem Deus como soberano, a Igreja é vista como a expressão do Reino de Deus (Mt 16.17-19). d) Toda a Criação e a volta do Senhor. A imagem bíblica do governo de nosso Senhor, em que o universo será redimido e, posteriormente, haverá novo céu e nova terra, traz consigo a dimensão do Reino de Deus (Rm 8.22,23; Ap 20.6; 21.1).

🔔 Comentário da Lição

Quando nos referimos ao caráter do Reino de Deus é preciso levar em consideração alguns pormenores. O primeiro deles é que não se trata de um reino de Deus em Cristo Jesus teocraticamente restaurado, como na visão pré-milenista: um reino de Israel; nem tampouco se trata de uma nova condição social realizada por aquele que tem o Espírito Santo em sua vida, trazendo novas leis, educação, boas normas civis, como bem pensam os modernistas. Nenhuma dessas concepções figuram realmente o caráter do Reino de Deus. Pelo aspecto bíblico, o que caracteriza o Reino de Deus é primeiramente o sentido escatológico. Porém, sabe-se também que o reino presente já acontece na vida e no coração de homens e mulheres que foram regenerados pelo Espírito Santo de Deus, os quais já podem desfrutar das bênçãos da salvação por intermédio de Cristo Jesus (Rm 14.17). Nas Palavras de Jesus, o conceito de Reino tanto tinha seu aspecto escatológico, para tempos futuros, como também para o presente (Lc 17.21). Nesse sentido, falava do Reino no âmbito espiritual. No aspecto histórico, envolvendo alguns Pais da Igreja, a concepção que se tinha sobre o Reino era de uma realidade futura, afirmando que brevemente Jesus iria governar em um determinado tempo, ou seja, no Milênio. Para Agostinho, contudo, o Reino tratavase de uma realidade já presente por meio da Igreja; para os reformadores, porém, o conceito que se tem de Reino é que na presente dispensação ele está ligado à igreja invisível.

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3. Os súditos do Reino de Deus.

A primeira seção do Sermão do Monte (5 .1-12) destaca oito qualidades que formam o caráter dos súditos do Reino de Deus:
1) O quebrantamento;
2) O choro;
3) A mansidão;
4) A retidão (justiça);
5) A misericórdia;
6) A pureza;
7) A pacificação;
8) A perseguição por causa dos valores do Reino.
Logo, espera-se que os filhos de Deus manifestem essas qualidades espirituais na vida cristã pois, sem elas, não poderemos participar do reinado divino (Mt 3.8-10). Portanto, ao praticar essas qualidades do Reino, seremos chamados de “bem -aventurados”, isto é, verdadeiramente felizes.

🔔 Comentário da Lição

Aqueles que desejam fazer parte do Reino de Deus precisam primeiramente se submeter ao seu querer, à sua vontade, por isso Jesus nos ensinou a orar assim: “venha o teu reino, faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu (Mt 6.10, ARA). Só pode fazer essa oração aquele que realmente já passou pelo novo nascimento, que é a condição necessária para ser admitido no Reino (Jo 3.3,5). O novo nascimento trata da conversão em relação ao Reino (Mt 18.3) e, como anteriormente mencionamos, não se pode fazer parte do Reino nem da Igreja se não estivermos ligados a Cristo, o que só é possível pelo novo nascimento.

SINÓPSE II

Cada bem-aventurança é um traço do caráter de quem vive os valores do Reino de Deus.

AUXÍLIO TEOLÓGICO

O Segredo da Felicidade
“A expressão ‘bem-aventurado’ oferece a chave para a verdadeira felicidade oferecida pelo Mestre. A palavra, no original grego, significa a bênção divina em contraste com a felicidade humana. Esta bem-aventurança descreve o estado de vidas em retidão: aqueles humildes, mansos, misericordiosos, puros de coração e pacíficos. Jesus ensina não depender da felicidade por Ele oferecida do que temos ou fazemos, mas do que somos; e não pode ser importada, mas precisa nascer da alma. O mundo tem o seu próprio conceito de bem-aventurança, onde feliz é o homem forte, rico, popular e satisfeito consigo mesmo. Quando Jesus anunciou seu segredo, aquelas palavras soaram de forma estranha a muitas pessoas, pois descreviam um modo de viver que lhes parecia impraticável” (PEARLMAN , Myer. Mateus: O Evangelho do Grande Rei. 5.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.30).

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III. SOMOS BEM-AVENTURADOS

1. A beatitude na vida dos salvos.

Salvo em Cristo, o seguidor de Jesus vive a beatitude (isto é, estado permanente de perfeita satisfação e plenitude; estado de felicidade e serenidade) do Sermão do Monte de maneira bem-aventurada. Isso ocorre porque o discípulo de Jesus desfruta do favor de Deus e manifesta atitudes que mostram coerência com a ética do Reino de Deus: humildade, mansidão, retidão, misericórdia, pureza, pacificação, disposição para o perdão (Mt 5.1-12). É possível todo crente agir por meio dessas atitudes, pois quem passou pela experiência da salvação é transformado interiormente pela Palavra de Deus (Hb 4.12).

🔔 Comentário da Lição

Passando pela regeneração, o cristão salvo irá evidenciar qualidades que expressam sua real condição em Cristo Jesus, do íntimo do seu ser trará para o lado externo o que foi implantado por Cristo. Essas bem-aventuranças mostram doravante o quanto tal pessoa vive dentro da vontade do Senhor, o que prova sua nova vida. Quando lemos o Salmo 1, ele descreve o homem bem-aventurado que rejeita todo o procedimento daqueles que não vivem segundo à vontade do Senhor. O substantivo masculino ‘esher, felicidade, bem-aventurança, como consta em Salmos 1.1, na verdade, trata-se de um construto plural, as felicidades de… Pela leitura do Salmo, essa felicidade resulta não de um esforço próprio do homem, mas, sim, da confiança plena que deposita grandemente em Deus, vivendo segundo a sua Palavra (Sl 34.8; 119.1,2). Importante ressaltar que quando dissemos que esse termo no português não dá a precisa definição que consta tanto no hebraico como no grego, é que fora de Deus não se pode ter a verdadeira felicidade, e que ela acompanha também a santidade.

2. A prova de que o cristão é bem-aventurado.

O cristão que pratica as oito beatitudes do Sermão do Monte domina o “eu carnal”, vive em Cristo, entra numa nova dimensão espiritual e vive a bondade de Deus (G12.20; Fp 3.7,8 ; Rm 12.2). Assim, no Sermão do Monte, Jesus Cristo ensina que a verdadeira felicidade nada tem a ver com o que o homem moderno deseja: dinheiro , ambição e poder. A felicidade bíblica se revela em quem ama o seu inimigo, bendiz o que maldiz, faz o bem ao que o odeia e orai pelos que o maltratam e perseguem (Mt 5.44).

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🔔 Comentário da Lição

É por meio das bem-aventuranças que se pode constatar que o crente realmente é uma nova pessoa, pois elas descrevem sua verdadeira condição espiritual, não esboçando qualquer atitude de grandeza, superioridade ou orgulho, mas, sim, de humildade, o que é aprovado por Deus (Tg 4.6). Os humildes de espírito sempre reconhecem sua pobreza espiritual, por isso voltam-se para Cristo, que supre tais necessidades e os faz herdeiros do Reino. Aqueles que realmente estão vivendo a nova vida proposta por Cristo continuam a expressar tais condições no seu viver diário, evidenciando fome e sede de justiça, ou seja, paixão profunda pela justiça pessoal, não desejando proceder espiritualmente como os escribas e fariseus (Lc 18.9), mas tendo uma nova justiça (Mt 5.20), a qual vem de Cristo Jesus. Mais provas de que o crente é realmente abençoado são primeiramente por seus atos de misericórdia (Sl 18.25), ou seja, são sempre piedosos para com todos e fazem isso porque seus corações estão limpos de todos os pecados. Na verdade, isso se dá porque a natureza pura de Deus foi implantada em seu interior, de modo que não demorará para vê-lo em breve (1Co 13.12).

SINOPSE III

O Sermão do Monte esclarece que as bem-aventuranças são a verdadeira felicidade para quem nasceu de novo.

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CONCLUSÃO

O Sermão do Monte é a base ética do Reino de Deus. Nele, constatamos o lado divino de uma atitude amorosa do cristão para com Deus, bem como para com o próximo. Se cada crente fizesse do Sermão do Monte o seu norte ético de vida, as polêmicas não teriam lugar entre nós, não haveria espaço para meras opiniões intelectuais, visto que o propósito deste sermão é que cada crente seja como Deus quer que ele seja.

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REVISANDO O CONTEÚDO

1. O que a introdução do capítulo 5 de Mateus anuncia?

A introdução do capítulo 5 de Mateus (os dois primeiros versículos) anuncia o título do Sermão do Monte.

2. Como podemos considerar os ensinos do Sermão do Monte?

Os ensinos do Sermão do Monte podem ser considerados princípios esboçados por Cristo que revelam a verdadeira característica do seu reino messiânico.

3. Qual o significado da expressão “Bem-aventurados”?

A expressão “bem-aventurados” é um adjetivo plural grego, makarioi, que significa “felizes”. Essa expressão trata das qualidades presentes na vida dos que dependem de Deus, estão sob seu domínio e soberania e seguem a Jesus com sinceridade.

4. O que podemos identificar no Evangelho de Mateus?

No Evangelho de Mateus identificamos a chegada do Reino de Deus e a pregação de Jesus a respeito do Evangelho do Reino (3.2; 417,23).

5. Com o que o Reino de Deus é comparado na Bíblia?

Na Bíblia, o Reino de Deus é comparado a uma semente, a qual se desenvolve ao longo do tempo (Mc 4.26-29), de modo que podemos falar a respeito de um Reino presente (Mt 5.3; 12.28; 19.14) e de um futuro (Mt 7-21,22 ; 25.34).

VOCABULÁRIO
Intelectiva: relativo ao intelecto, à inteligência; intelectual, mental.


2º Trimestre De 2022, Os Valores do Reino de Deus – A Relevância do Sermão do Monte para a Igreja de Cristo,
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