Lição 08 – A Justiça de Deus
Revista Betel Dominical Adultos – 2 Trimestre de 2021
1 Trimestre de 2021, ano 31 nº 119
Tema da Revista: Os Atributos de Deus conhecendo a natureza, o caráter e a supremacia de Deus nas Escrituras.
Comentarista: Valdir Alves de Oliveira
Data: 23 de maio de 2021
Texto Áureo
“Justiça e juízo são a base do teu trono; misericórdia e verdade vão adiante do teu rosto.”
(Salmo 89.14)
👍 Verdade aplicada
A justiça é um atributo de Deus. Ela é para todos, não há privilégios nem acepção de pessoas, porque Ele é imparcial.
🎯 Objetivos da lição
- Deixar claro que o Evangelho é a justiça de Deus revelada.
- Mostrar características da justiça de Deus.
- Explicar a aplicação da justiça de Deus.
📜 TEXTO BÍBLICO | |
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ATOS 17 | |
31 Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do varão que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dos mortos. | |
ROMANOS 3 | |
21 Mas agora se manifestou, sem a lei, a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas, | |
22 Isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que creem; porque não há diferença. | |
23 Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus. | |
26 Para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus. |
📘 Leituras complementares | |
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Segunda | Is 30:18 – O Senhor é um Deus de justiça. |
Terça | Is 61:8 – Deus ama a justiça e odeia a iniquidade. |
Quarta | Ef 3:5 – O Senhor é justo. |
Quinta | Rm 5:17 – 18 Por um ato de justiça veio a graça sobre todos. |
Sexta | Rm 10:3 – 4 Os homens rejeitaram a justiça de Deus. |
Sábado | 2Co 5:21 – Em Jesus fomos feitos justiça de Deus. |
🎵 HINOS SUGERIDOS
- 259 – Creio eu na Bíblia
- 499 – A Santa Bíblia
- 509 – Ao Passar o Jordão
Ore para que mais pessoas conheçam o Evangelho e descubram a justiça de Deus.
📰 Esboço da Lição
Introdução
1.0 – A justiça de Deus revelada
1.1. – A justiça de Deus se revela no Evangelho.
1.2. – A justiça de Deus se revela no livre-arbítrio.
1.3. – A justiça de Deus se revela na oportunidade de reparação.
2. Características da justiça de Deus
2.1. A justiça e o juízo de Deus são base do Seu trono.
2.2. A justiça de Deus é perfeita.
2.3. A justiça de Deus é definitiva.
3. Aplicação da justiça de Deus
3.1. Ninguém escapará da prestação de contas.
3.2. Para distribuir prêmios e entregar galardões.
3.3. Para aplicar punições e efetivar condenações.
Conclusão
📣 Introdução
O Supremo Juiz tem suas leis, estatutos, mandamentos e juízos. Ele haverá de julgar a humanidade de acordo com as Escrituras, sem distinção ou acepção de pessoas. Pois o Senhor é conhecido pela Sua justiça [Sl 9:16].
PONTO DE PARTIDA: Deus é Justo e Santo.
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1 – A justiça de Deus revelada.
A justiça de Deus que se manifestou quando veio Jesus Cristo é contrastada com a justiça da Lei, que era a justiça com a qual os judeus estavam familiarizados. É a única, verdadeira e suficiente justiça para a justificação e salvação do homem. A justiça é mais um atributo de Deus, pois pela sua concepção Ele não pode ser injusto para com ninguém. Ele opera a plenitude, a absoluta, a integral justiça. É o atributo que reflete a integridade moral de Deus. O termo “dikaiosyne” designa retidão, justo, reto, justificação, justiça.
1.1. A justiça de Deus se revela no Evangelho.
O Novo Testamento veio declarar a justiça de Deus, por meio do Evangelho de Jesus. O apóstolo Paulo, falando aos romanos, declarou: “Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu e também do grego. Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé.” [Rm 1:16-17]. O Novo Testamento nos revela que Deus julgará os segredos dos homens [Rm 2:16]. Vai condenar o ímpio na sua maldade quando não houver arrependimento e justificar o justo que abraça o bem, recebe e crê no nome do Filho Unigênito [João 1:12; Rm 5:1].
✍️ Subsídio
Deus, o Supremo Legislador e Juiz de todos, por meio do Evangelho de Jesus, declara a todos os homens a verdade a respeito da salvação, para que ninguém se perca, pois haverá o dia do juízo [Sl 98:9; 99:4].
1.2. A justiça de Deus se revela no livre-arbítrio.
O texto bíblico diz que fomos criados por Deus “à sua imagem” [Gn 1:26-27]. Assim, cada um de nós somos seres pessoais, racionais, volitivos e emocionais. No Jardim do Éden Deus providenciou tudo o que era necessário para o bem-estar do primeiro casal e lhe deu instruções, capacitação e o abençoou. A justiça de Deus foi revelada já neste início. Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento comenta sobre um dos termos no hebraico – “mishpãt” – “a palavra possui a conotação particular de “justas reivindicações” de Deus. Deus, que é o Senhor, pode reivindicar e de fato reivindica. Todo direito (justiça, autoridade, etc.) que existe é dele, “porque o Senhor é Deus de justiça [Gn 18:25; Is 30:18]”. O ser humano foi feito à imagem, mas não é igual a Deus.
✍️ Subsídio
O Criador, além de instruir, revelou o que ocorreria caso o ser humano fosse desobediente: “certamente morrerás” [Gn 2:17]. O casal foi avisado que o Criador, ao mesmo tempo que permitiu – “comerás livremente”, também restringiu – “dela não comerás”. Derek Kidner: “O homem é chamado a estabelecer um curso e a mantê-lo; e ao permitir ou rejeitar deliberadamente as pressões exercidas sobre ele, mostra que é livre”. Ao longo de toda a Bíblia, Deus deixa claro que o ser humano passará por uma prestação de contas quanto ao uso dessa liberdade [Mt 12:36-37; Rm 14:10 – notar que este versículo está num contexto que trata da liberdade cristã). O Senhor Deus, por ser Justo, seus padrões, os seus juízos, expressos em suas palavras são justos [Sl 119:144, 160, 172]. As ações de Deus são caracterizadas por retidão (justiça) e juízo [Sl 97:2].
1.3. A justiça de Deus se revela na oportunidade de reparação.
O nosso erro ou pecado cometido pode ser reparado antes da condenação. Para isso precisamos nos examinar, fazer uma introspecção, analisar minuciosamente qual a nossa situação diante de Deus. Paulo falando aos coríntios diz: “Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados.” [1Co 11:31]. O arrependimento e a confissão podem não nos livrar das consequências do pecado, mas nos livram da condenação eterna. Muitas vezes esperamos o juízo de Deus operar para nos conscientizar que pecamos e precisamos de perdão. Quando estamos indignos perante o Senhor, ficamos fracos, doentes e até dormimos o sono espiritual, o que pode ser traumático. Não precisamos esperar ser disciplinados, podemos nos consertar antes.
✍️ Subsídio
Myer Pearlman sobre a justiça de Deus: “Deus não somente trata justamente como também requer justiça. Mas que sucederá no caso de o homem haver pecado? Então ele graciosamente justifica o penitente [Rm 4:5]. Esta é a base da doutrina da justificação. Notar-se-á que a natureza divina é a base das relações de Deus para com os homens. Como ele é, assim opera. O Santo santifica, o Justo justifica”. Por isso, o Senhor, por ser longânimo, espera o arrependimento e a mudança de vida [2Pe 3:9].
🤓 Eu ensinei que
Deus não pode ser injusto para com ninguém. Ele opera a plenitude, a absoluta, a integral justiça. A justiça é o atributo que reflete a integridade moral de Deus.
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2 – Características da justiça de Deus
A justiça de Deus é ímpar, sem comparação, os seus aspectos diferenciam de toda a justiça do ser humano. Deus é a própria justiça [Jr 23:6]. A justiça é a perfeição da natureza divina. Por ser de essência justa, Deus precisa punir o pecado por odiá-lo em caráter imutável.
2.1. A justiça e o juízo de Deus são base do Seu trono.
Por ser santo, Deus só pode ser justo. NEle não há injustiças. Sua santidade é a causa de sua justiça. A santidade não permitirá que faça outra coisa senão o que é justo. Ser santo é ser diferenciado. Justiça não pode ser comprada ou negociada. O Santo não faz nada errado, é honesto consigo mesmo. Essencialmente puro. O agir de Deus é perfeito, sem manchas ou contaminações [Dt 32:4b]. Voltando a falar sobre predestinação, Deus seria injusto se tivesse escolhido alguns para salvação e outros para perdição. Qual a explicação plausível na escolha e qual o critério adotado se Deus pré-determinasse alguns para morar no céu e outros no inferno? Não se tem dúvidas de que Deus oferece salvação a todos e deseja que todos sejam salvos [Tt 2:11; 1Tm 2:4]. Mas o livre-arbítrio foi dado ao homem para ter o exercício da escolha, quem vai decidir se quer ou não é o homem.
✍️ Subsídio
Russell E. Joyner (Teologia Sistemática – Stanley Horton): “O padrão com que Ele se apresenta a nós é perfeito e reto [Dt 32:4]. Por isso, não podemos, por nós mesmos, ser aprovados por esse padrão, que Deus usa para avaliar-nos, pois todos nós ficamos em falta [Rm 3:23]. Em um dia determinado por Ele há de julgar o mundo, com justiça [At 17:31]. Por outro lado, Deus também se preocupa com as suas criaturas, preservando-as [Sl 36.5-7], além de lhes proporcionar a esperança para o futuro. A encarnação de Cristo incluía todas as qualidades e atividades da retidão e da justiça. Sua expiação vicária, em seguida, transmitiu-nos essa mesma retidão e justiça [Rm 3:25-26] a fim de comparecermos justificados diante do justo Juiz [2Co 5:21; 2Pe 1:1]”.
2.2. A justiça de Deus é perfeita.
Ele não é somente justo, mas a própria justiça. Não há sombra de variação. Não tem jeitinho brasileiro, não tem atalhos. A balança da justiça de Deus não é viciada nem pende injustamente. A Bíblia revela que tanto o castigo de Deus aos transgressores da Lei [Sl 51:4] como a fé dada por Deus [2Pe 1:1] são resultados da justiça perfeita de Deus.
✍️ Subsídio
A tua justiça é como as grandes montanhas; os teus juízos são um grande abismo; Senhor, tu conservas os homens e os animais.” [Sl 36:6]. A comparação das montanhas e do abismo profundo é o tamanho das realidades misteriosas e, algumas vezes assustadoras, pois a perfeição da justiça e dos juízos de Deus está acima dos nossos conhecimentos, inalcançáveis, que ultrapassam os estreitos limites da mente humana; são misteriosos e enigmáticos para os seres humanos mortais compreenderem. Bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade sobre os que tais coisas fazem [Rm 2:2]. A justiça de Deus não tem como ser imperfeita, pois não pode negar a sua natureza de justo. Já a justiça humana não dá para comparar [Is 64:6]. “Ele é a Rocha cuja obra é perfeita, porque todos os seus caminhos juízo são justos” [Dt 32:4a].
2.3. A justiça de Deus é definitiva.
Deus não pode voltar atrás nas suas decisões de justiça. Ele não é volúvel nem mutável. As suas características divinas não podem ser comparadas ao homem, que muda de pensamento a cada instante. Ele não se equivoca nem se precipita nas suas decisões. Na Lei de Deus não se abre brechas para recorrer ou mudar a decisão, não tem outras instâncias. Ele é Supremo. Henry Thiessen (Palestras em Teologia Sistemática – Ed. Batista Regular) escreve que “a justiça exige o castigo do pecador, mas pode também aceitar o sacrifício vicário de outrem, como no caso de Cristo”.
✍️ Subsídio
Quão insondáveis são os seus juízos” [Rm 11:33]. “Porque, se pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados, mas uma expectação horrível de juízo e ardor de fogo, que há de devorar os adversários” [Hb 10:26-27]. A justiça de Deus se manifesta até sobre quem participa da Ceia do Senhor indignamente, pois está comendo e bebendo para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor [1Co 11:29].
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3 – Aplicação da justiça de Deus
Deus aplica a sua justiça de forma imparcial. Deus não tem prazer na condenação da humanidade [Jo 3:16-17], mas a iniquidade afasta o homem de Deus e a Sua justiça não pode falhar. Por isso a Sua justiça não anda desassociada nem se opõe ao Seu amor. Pelo contrário, foi para satisfazer a Sua justiça que demonstrou o Seu amor enviando o Seu Filho. O amor de Deus se manifestou para salvar ímpios pecadores [Rm 5.8] e o Seu juízo será aplicado a todos que não creem e rejeitam o Seu Filho ou desobedecem aos Seus estatutos [Jo 3:18]. Deus é amor [1Jo 4:8], mas também é fogo consumidor [Hb 10:29-31; 12:29].
3.1. Ninguém escapará da prestação de contas.
Cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus [Rm 14:12; 1Pe 4:5]. Chegará o “dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho” [Rm 2:16]. O tribunal de Cristo e o trono branco são uma realidade bíblica e aceitos pela fé. O Senhor Deus revelou que haverá julgamento após o ser humano encerrar seus dias aqui na terra. É bíblico o evento futuro da prestação de contas [Ec 11:9; 12:14; 1Co 3:13; 4.5; Hb 9:27].
✍️ Subsídio
Deus coloca o Seu juízo como linha de medir e a Sua justiça como o prumo [Is 28:17]. O tribunal julgará as obras [2Co 5:10], e o trono branco o destino das pessoas [Ap 20.4-5]. Justiça: Myer Pearlman: “conduta reta em relação a outrem”. Tribunal de Cristo: Julgamento de obras; onde tudo será conhecido, todas as práticas do bem e do mal. Trono branco: Juízo final dos mortos; lugar onde Deus julgará a humanidade; destino final do homem.
3.2. Para distribuir prêmios e entregar galardões.
Ele é galardoador dos que o buscam [Hb 11:6]. O mal perseguirá os pecadores, mas os justos serão galardoados com o bem [Pv 13:21]. Cada um receberá o seu galardão segundo o seu trabalho [1Co 3:8; 2Co 5:10]. Portanto o nosso trabalho não é vão no Senhor [1Co 15:58]. Pois todos havemos de comparecer perante o tribunal de Cristo [Rm 14:10]. Tudo que fizermos não estamos fazendo aos homens, mas a Deus [Cl 3:23]. Ele é justo nos seus pagamentos.
✍️ Subsídio
Porque Deus não é injusto para se esquecer da vossa obra e do trabalho da caridade que, para com o seu nome, mostrastes, enquanto servistes aos santos e ainda servis.” [Hb 6:10]. A memória de Deus não se apaga e Ele registra tudo o que fizermos em Seu livro de obras [Ap 20:12]. Deus recompensará a cada um segundo as suas obras. Procuremos fazer o bem [Rm 2:6-7]. “E não nos cansemos de fazer bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido.” [Gl 6:9].
3.3.Para aplicar punições e efetivar condenações.
As punições não serão de acordo com o nosso modo de ver [Sl 98:9; Tg 1:20]. Não é pelo querer do homem que Deus vai agir. Deus não pune de imediato, pois é longânimo à espera de arrependimento. As Suas misericórdias são esticadas, mas chegará um momento que a ira de Deus se manifestará contra os que permanecem desobedientes, indiferentes e contrários aos desígnios do Senhor [1Ts 1:10; 2Ts 1:8-9]. Os homens que forem conhecedores da verdade não poderão arrumar justificativas nem se tornar indesculpáveis perante o Senhor [2Pe 2:20-22].
✍️ Subsídio
“Mas a indignação e a ira aos que são contenciosos e desobedientes à verdade e obedientes à iniquidade.” [Rm 2:8]. “Pelas quais coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência.” [Cl 3:6]. Não há parcialidade no juízo divino: “Agora, pois, seja o temor do Senhor convosco; guardai-o, fazei-o, porque não há no Senhor, nosso Deus, iniquidade, nem aceitação de pessoas, nem aceitação de presentes.” [2Cr 19:7].
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Deus não tem prazer na condenação da humanidade, mas a iniquidade afasta o homem de Deus e a Sua justiça não pode falhar.
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CONCLUSÃO
A justiça de Deus está explicitada em sua carta magna que é a Bíblia Sagrada. Todos os estatutos e mandamentos de Deus estão previamente declarados, ninguém será pego de surpresa. Mas também não haverá espaço para desculpas no dia do juízo.
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