Lição 09: Os Cristãos e a Prática da Misericórdia | 4° Trimestre de 2022 | ADOLESCENTES

EBD Adolescentes | 4° Trimestre De 2022 | Tema: Como Viver no mundo à Luz da Bíblia | Escola Biblica Dominical | CPAD | Lição 09: Os Cristãos e a Prática da Misericórdia LEITURA BÍBLICA Isaías 58.5-12 A MENSAGEM “E aprendam a fazer o que é bom. Tratem os outros com justiça; socorram os que são explorados, defendam os direitos dos órfãos e protejam as [...]
EBD Adolescentes | 4° Trimestre De 2022 | Tema: Como Viver no mundo à Luz da Bíblia | Escola Biblica Dominical | CPAD | Lição 09: Os Cristãos e a Prática da Misericórdia

LEITURA BÍBLICA

Isaías 58.5-12

A MENSAGEM

“E aprendam a fazer o que é bom. Tratem os outros com justiça; socorram os que são explorados, defendam os direitos dos órfãos e protejam as viúvas.” Isaías 1.17

Devocional

Segunda >> Is 10.1,2
Terça >> Jr 22.3
Quarta >> Am 5.24
Quinta >> Zc 7.9
Sexta >> Mt 5.6
Sábado >> Tg 5.1-6

Objetivos

ENSINAR os conceitos bíblicos de misericórdia e justiça social;
REFLETIR acerca do nosso papel como cristãos perante as necessidades da sociedade;
ENTENDER qual é a missão da Igreja.

Ei Professor!

A prática da misericórdia e o zelo pela justiça são temas recorrentes na Bíblia. Eles aparecem na Lei, nos Profetas e na pregação de Jesus Cristo. Dar atenção aos dilemas sociais, estender a mãos aos necessitados, proteger as pessoas vulneráveis são alguns aspectos práticos relacionados a esses temas. A causa da justiça social é uma pauta bíblica e o desconhecimento dela tem levado muitos cristãos a negligenciar as orientações divinas.
Nesta aula, os adolescentes devem compreender a complexidade da questão e aprender a dar uma resposta a ela baseado na Palavra de Deus, e não em percepções ou ideologias políticas. Prepare-se bem para esta aula. Leia todas as referências e busque a Deus em oração.

Ponto de Partida

Nesta aula vamos estudar um tema muito relevante para a igreja e para a sociedade. A prática da misericórdia é um traço da identidade dos cristãos. São muitos os testemunhos de pessoas e famílias que são socorridas e acolhidas pelos cristãos, em momentos de aflição.
Existem relatos de cristãos que fazem a diferença no mundo protegendo refugiados, abrigando crianças órfãos, socorrendo pessoas enfermas e até mesmo oferecendo ajuda humanitária, quando ocorre algum desastre natural ou guerra. Selecione algumas dessas histórias para compartilhar com seus alunos.
Pense também em sua própria trajetória e compartilhe um testemunho que mostre a importância da prática da misericórdia.

Vamos Descobrir

A sua igreja costuma fazer ação social? Geralmente as igrejas promovem ações para ajudar aos necessitados, tais como doação de alimentos e roupas, auxílio a idosos, visita pessoas hospitalizadas ou doação de brinquedos para orfanatos. Esses são alguns exemplos práticos do que a Bíblia chama de promoção da justiça social. Esse é um tema bíblico, que está presente tanto no Antigo, quanto no Novo Testamento. Hoje aprenderemos mais sobre esse assunto, dentro da perspectiva bíblica.

Hora de Aprender
I- O PRINCÍPIO DA MISERICÓRDIA E DA JUSTIÇA NO ANTIGO TESTAMENTO

Duas características de Deus são a justiça e a misericórdia (Dt 32.4; Sl 116.5). Talvez, por isso, esses temas sejam tão recorrentes em sua Palavra. Quando Deus formou o povo de Israel, entregou-lhe Sua Lei, por meio de Moisés. A Lei do Senhor trazia estatutos e princípios para que o povo de Israel se comportasse como povo de Deus (Dt 4.44,45). Um dos temas presentes nesta Lei é a justiça social, que se manifesta em atos de misericórdia.
Assim, a Lei exigia que o povo de Israel tivesse cuidado com as pessoas que estivessem em situação de vulnerabilidade, tais como órfãos, viúvas, servos e estrangeiros (Êx 23.9; Lv 19.33,34; Dt 10.17-19, 24.17, 27.19). Ela também exigia que os juízes julgassem as causas corretamente, sem favorecer as pessoas injustas (Lv 19.35,36; Dt 25.1). A Lei do Senhor também valorizava o cuidado com os necessitados (Lv 23.22). Segundo a Escritura, tudo isso é importante para Deus. O tema da justiça social também aparece na mensagem dos profetas. Eles denunciaram os governantes e o povo de Israel por praticarem a injustiça (Jr 7.3-11).
Os profetas diziam ao povo que até as orações, os sacrifícios, os jejuns e os cultos não estavam sendo aceitos por Deus, porque ele negligenciava o mandamento de cuidar dos necessitados (Am 5.21-24). No texto base da lição, lemos uma mensagem profética dirigida ao povo de Judá, entregue por meio de Isaías (Is 58.5-12). Nela, vemos que o Senhor confronta o seu povo. Os judeus estavam buscando ao Senhor com orações e jejuns nos dias de festas, mas negligenciavam os seus mandamentos no dia a dia.
Por isso, Deus declara que sua vontade não é apenas ver seu povo jejuando. Antes, Ele quer que a justiça seja promovida (Is 58.6), que a comida seja repartida, que os necessitados sejam socorridos (Is 58.7). O profeta Miquéias também aponta para a questão: “O Senhor já nos mostrou o que é bom, ele já disse o que exige de nós.
O que ele quer é que façamos o que é direito, que amemos uns aos outros com dedicação e que vivamos em humilde obediência ao nosso Deus” (Mq 6.8). Podemos perceber que o zelo ela assistência social é princípio bíblico que está intimamente ligado com o andamento que estudamos na lição anterior: o amor ao próximo.

I- AUXÍLIO TEOLÓGICO

“Quanto à justiça social, o assunto é muito mais amplo na Lei. Ela legisla sobre a necessidade de ser benevolente com os necessitados (Dt 24.14), estabeleceu que o patrão deve cumprir suas obrigações com os assalariados (v. 15), entra também na questão jurídica sobre aquele que violar a Lei (Dt 4.16), ordena respeitar o direito do estrangeiro e do órfão e não aceitar como penhor a roupa de ninguém e nem emprestar dinheiro com usura (Êx 22.22 27; Dt 24.17). Permite ao pobre entrar para comer até fartar-se na vinha e em qualquer plantação do próximo, desde que não leve embora na cesta (Dt 23.24,25).
A servidão de hebreus é proibida, o que veio a ser comum com o passar do tempo era o fato de a própria pessoa se vender como escravo ao seu irmão, mesmo assim, a Lei manda libertá-lo no sétimo ano (Êx 21.2; Dt 15.1-18), estabelecendo a administração da justiça nos tribunais […]
O compromisso do cristão direciona -se em dois sentidos: vertical – adoração, atividades espirituais; horizontal servir à sociedade, a atividades filantrópicas e sociais. Por isso Deus estabeleceu ministérios na Igreja com o dom de socorro (1Co 12.28)” (SOARES, Esequias. O Ministério Profético na Bíblia: A Voz de Deus na Terra. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, pp.57,66).

II- O PRINCÍPIO DA MISERICÓRDIA E DA JUSTIÇA NO NOVO TESTAMENTO

Esse tema também é muito recorrente nos textos do Novo Testamento. Ele já aparece no Sermão da Montanha, um dos discursos mais famosos do Senhor Jesus: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia” (Mt 5.6,7-ARC)
O assunto é tratado de forma mais evidente no sermão profético feito por Jesus e registrado no Evangelho de Mateus. Jesus afirma que no futuro, quando o Filho do Homem vier como Rei, Ele separará suas verdadeiras ovelhas e elas receberão a herança celestial (Mt 25.31-34), Nesse sermão, o Mestre destaca as características do comportamento dessas ovelhas: elas oferecem comida a quem tem fome, água a quem tem sede, hospitalidade a quem é estrangeiro, vestes a quem está sem roupa e visita aos que estão encarcerados (Mt 25.35,36). Jesus concluiu o sermão dizendo: “- Ai o Rei responderá: ‘Eu afirmo a vocês que isto é verdade quando vocês fizeram isso ao mais humilde dos meus irmãos, foi a mim que fizeram’” (Mt 25.40).
Ainda nos Evangelhos, podemos perceber que os fariseus tentavam encontrar falhas e injustiças no Senhor Jesus para o acusarem (Mt 19.3. Jo 8.6) Entretanto, isso não era possível Jesus foi correto e justo em todos os suas palavras e ações (Mt 26,59,60). Certa vez, os fariseus tentaram armar uma cilada para Jesus cometer uma injustiça, trazendo uma mulher adultera para Ele condenar (Jo 8.3-6), Parem Jesus mostrou que sua justiça excedia o deles e fez um julgamento justo e misericordioso (Jo 8.7-11).
Jesus também declarou que não veio destruir a Lei do Senhor, entregue ao povo de Israel por meio da liderança de Moisés. Antes, Ele veio cumpri-la (Mt 5.17). Além disso, os Evangelhos mostram que Jesus levou sua mensagem para os mais desprezados da sociedade (Lc 15.1). Assim, podemos perceber que Ele reafirmou os princípios divinos presentes na Lei e cumpriu sua missão pregando o Evangelho (Lc 4.16-21).
A Bíblia mostra um grande exemplo desse princípio vivido pela Igreja Primitiva. Em Jerusalém, os irmãos em Cristo, vendiam as suas propriedades e dividiam o dinheiro com todos, de acordo com a necessidade de cada um (At 2.44,45). Os irmãos em Cristo se reuniam para orar, aprender com os Apóstolos e para partilhar o pão (At 2.42,46). A Igreja Primitiva praticava o amor cristão (At 2.42). Esse relato mostra os efeitos causados nas pessoas quando a pregação do Evangelho é acompanhada de movimentos orgânicos que buscam o bem comum e o cuidado com todos (At 2.47).
Ainda no livro de Atos, vemos que a Igreja Primitiva se organizou para atender as questões sociais de forma séria e justa (At 6.1-5). Esse exemplo deve ser um parâmetro para o nosso tempo, apontando para a importância da prática da misericórdia, tanto na família, quanto na igreja e na sociedade. A questão da justiça social também aparece nas Cartas do Novo Testamento.
Tiago afirma: “Para Deus, o Pai, a religião pura e verdadeira é esta: ajudar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e não se manchar com as coisas más deste mundo” (Tg 1.27). Ele também escreve para os ricos, condenando-os por não pagarem o salário dos trabalhadores que produziam em suas terras (Tg 5.1,4).
Paulo também tratou desse tema. Ele instruiu a Timóteo para proteger as viúvas (1 Tm 5.3,16); e, em outra ocasião, recolheu uma oferta entre as igrejas, para levar aos irmãos que estavam em necessidade (Rm 15.26).

II – AUXÍLIO TEOLÓGICO

“Para Deus, o Pai, a religião pura e verdadeira é esta: ajudar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e não se manchar com as coisas más deste mundo” (Tg 1.27). “De uma religião que é capaz de argumentar facilmente a favor de qualquer comportamento [1.26], Tiago agora se volta para um relacionamento no qual Deus pode ditar os termos do comportamento: a religião pura e imaculada. Tiago explica a religião em termos de um serviço prático e de pureza pessoal. Os rituais realizados com reverência não são errados; mas, se uma pessoa se recusa a obedecer a Deus na sua vida diária, a sua ‘religião’ não é aceita por Deus.
A religião pura e imaculada não é a observância perfeita de regras […] (Lv 19.18, Is 1.16,17). Assim como Jesus, Tiago explica a religião em termos de uma fé interior vital, que se expressa na nossa vida cotidiana. O nosso comportamento deve estar de acordo com a fé (1 Co 5.8). Órfãos e viúvas são frequentemente mencionados nas preocupações da Igreja Primitiva, porque eles eram os mais, obviamente, ‘pobres’ na Israel do século I. As viúvas, por não terem acesso às heranças na sociedade judaica, estavam praticamente à margem da sociedade. Por essa razão, Paulo teve que organizar um procedimento completo a respeito das viúvas em suas próprias igrejas, como se vê em 1 Timóteo 5.
As viúvas não podiam ter empregos, e suas heranças iam para os seus filhos primogênitos. Era de se esperar que as viúvas fossem sustentadas por suas próprias famílias, de modo que os judeus as deixavam com pouquíssimo sustento econômico. A menos que um membro da família estivesse disposto a cuidar delas, elas se viam reduzidas a mendigar, se venderem como escravas ou passar fome. Ao cuidar destas pessoas desamparadas, a igreja colocava em prática a Palavra de Deus. Quando doamos sem esperança de receber algo em troca, nós mostramos o que significa servir aos outros.
Ainda hoje a presença de viúvas e órfãos nas nossas comunidades e cidades torna esta orientação de Tiago muito contemporânea. A este grupo, nós também podemos acrescentar aquelas pessoas que realmente se tornam viúvas e órfãos através da destruição das famílias pelo divórcio. Estas pessoas têm vidas complicadas. As necessidades sempre ameaçam superar os nossos recursos humanos […]. Ainda assim, nós somos convocados para nos envolver” (Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Vol. 2. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p.669).

III- A PRIORIDADE É A PREGAÇÃO DO EVANGELHO

Sabemos que a missão da Igreja do Senhor Jesus é anunciar o Evangelho, ensinar as Escrituras e formar discípulos fiéis a Cristo (Mt 28.19,20; Mc 16.15). Entretanto, a Bíblia também ensina que a fé em Cristo deve ser acompanhada por obras (Tg 2.14-18).
Como podemos aplicar esses ensinamentos bíblicos à nossa realidade, considerando a importância que a Bíblia dá ao tema?
Faz parte da nossa atuação como Igreja perceber a necessidade do próximo. Enquanto Igreja, devemos tomar parte da dor dos nossos semelhantes. As pessoas terão maior clareza da nossa pregação quando ela for acompanhada dos nossos exemplos práticos de amor e misericórdia.
Devemos promover o cuidado com o outro com nossas orações, recursos e mãos estendidas. A Bíblia diz: “Portanto, sempre que pudermos, devemos fazer o bem a todos, especialmente aos que fazem parte da nossa família na fé” (GL 6.10).

III- AUXÍLIO DIDÁTICO

“A Grande Comissão [Mt 28.19,20] apresenta a evangelização mundial como a missão da Igreja […]. Para alcançar essa missão-objetivo, a igreja utiliza-se da missão-tarefa. Isto é: ela evangeliza, fundar novas igrejas, realiza a obra social e educativa, envolve-se no trabalho cultural e transcultural etc, para a glória de Deus. Para evangelização Deus tem usado homens e mulheres que se dispõem a anunciar o seu plano salvador […]. O Senhor continua a contar com os seus discípulos para alcançar e redimir o mundo pecador, até que Ele volte” (PAULA, O. M. Manual de Missões. Rio de Janeiro: CPAD, 1997, p.11,12).

CONCLUSÃO

A Igreja é a luz do mundo. Nossa presença precisa comunicar o Evangelho do Senhor Jesus e trazer esperança, nestes tempos difíceis. Empenhar-se nesse processo de cuidado e atenção às dores de nossos irmãos e de pessoas da sociedade é uma boa forma de apresentar o amor de Cristo. A misericórdia é a prática da nossa pregação. Que esse amor, que pregamos e cantamos seja mais do que um belo discurso; que seja um movimento de entrega pessoal.com tudo que temos e somos.

VAMOS PRATICAR

1- Complete os versículos:
“E aprendam a fazer o que é bom. Tratem os outros com justiça; socorram os que são explorados, defendam os direitos dos órfãos e protejam as viúvas” (Isaías 1.17).
“O Senhor já nos mostrou o que é bom, ele já disse o que exige de nós. O que ele quer é que façamos o que é direito, que amemos uns aos outros com dedicação e que vivamos em humilde obediência ao nosso Deus” (Miquéias 6.8).
“Portanto, sempre que pudermos, devemos fazer o bem a todos, especialmente aos que fazem parte da nossa família na fé” (Gálatas 6.10).

Pense Nisso

Você conhece alguém que está passando por alguma dificuldade? Você pode ajudar alguém fazendo alguma doação (roupa, brinquedos, alimentos)? Observe as pessoas ao seu redor e, sempre que puder, faça o bem ao seu próximo.
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