Lição 12: O Tabernáculo e a Carta aos Hebreus
Revista Betel Dominical Jovens Conectar+ 3 trimestre 2021
Comentarista: César Pereira Roza de Melo
Texto de Referência: Hb 3.1-6
Versículo do dia
“Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado”. Hb 4.15
Verdade aplicada
A epístola aos Hebreus mostra a superioridade de Cristo.
Objetivos da lição
– Entender que o pentateuco e Hebreus se complementam;- Compreender a Tipologia bíblica;- Destacar que Jesus é superior a todos os rituais.
Momento de oração
Que possamos crescer a cada dia mais na graça e no conhecimento, objetivando propagar o ministério do Evangelho.
Leitura Semanal
Segunda Hb 7.1-3 Jesus sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque.Terça Hb 9.22 A remissão de pecado exige derramamento de sangue.Quarta Hb 19-20 Jesus nos abriu um novo caminho.Quinta Hb 9.28 Jesus aparecerá a segunda vez para a salvação do seu povo.Sexta 1Jo 2.1 Jesus é o nosso advogado.Sábado Hb 9.26 Jesus aniquilou o pecado pelo sacrifício.
Introdução
Quando falamos de Tabernáculo, na visão mosaica era algo terreno, porém o escritor aos Hebreus expressa muito bem ao dizer que as coisas do passado eram apenas sombra das coisas que estavam para se manifestar em um momento específico.
PONTO-CHAVE:“Jesus sobrepuja qualquer ritual do Antigo Testamento”.
1 – O QUE VEM A SER TIPOLOGIA
O estudo do uso de figuras e símbolos bíblicos podemos dizer que é Tipologia. O escritor aos Hebreus usa a expressão “sombra dos bens futuros” (Hb 10.1), designando que algo maior veio em relação ao Tabernáculo – JESUS CRISTO.
1.1. Os fundamentos da Tipologia
Sabendo que o tipo é uma classe de metáfora que não consiste meramente em palavras, mas em fatos, pessoas ou objetos que designam fatos semelhantes, pessoas, objetos no porvir. Dentro deste conceito, existem o Tipo e Antítipo. O Tipo podemos dizer que é o objeto de uma verdade a ser assimilada ou uma lição a ser extraída; enquanto o Antítipo é a figura verdadeira, ou seja, o cumprimento do que fora predito. Todo o Tabernáculo é rico em detalhes, símbolos e representações, funcionando como tipo para algo maior que seria revelado. Já Hebreus mostra o cumprimento de todo o AT; fazendo uma conexão entre o Tipo e Antítipo de Cristo.
1.2. Os Tipos e suas características
Existem algumas normas, segunda a hermenêutica, que precisam ser observadas na qualificação de algo como Tipo primeiro, tratando-se de Tipologia Bíblica, é de vital importância que a aplicação do Tipo esteja contida na Bíblia. Igualmente, é que haja afinidade entre o Tipo e o Antítipo, assim como o cordeiro sem mancha e Jesus sem pecado. As correlações entre Tipos e Antítipos podem acontecer com pessoas como a relação estabelecida pelo Apóstolo Paulo entre Adão e Jesus (Rm 5:14); pode ser também através de eventos como o casamento de Isaque e as Bodas do Cordeiro. Cabe aqui uma ressalva para não se conectar Tipos que não tenham embasamento bíblico. Que estejamos contentes apenas com aquilo que possui base doutrinária e escriturística.
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Refletindo
“Através dos Tipos vemos que o AT explica o Novo, e que NT contém o Antigo”. Pr Abraão de Almeida.
2 – TIPOS NO TEMPO DA LEI
O AT é rico em detalhes, personagens e eventos em que podemos perfeitamente perceber que estão ali para dizer da existência de algo maior que seria revelado. Mesmo que as condições sejam adversas, como Israel no deserto, sempre têm verdades de Deus a serem extraídas e compreendidas.
2.1. Moisés como Tipo de Cristo
Existe uma relação muito grande entre o maior líder que o povo hebreu teve no AT e Jesus que é a consumação das Escrituras. Vejamos que Moisés veio com a missão de libertar o povo da escravidão do Egito, enquanto Jesus se manifestou para libertar o povo do pecado. Outro ponto de afinidade é que ambos tiveram reclusos em Jejum por 40 dias. Moisés foi considerado mediador da Aliança do Sinai, enquanto Jesus foi mediador de uma Nova Aliança. Jesus em tudo sobrepuja Moisés. Moisés, na implantação da Lei, mandou matar os idólatras do bezerro de ouro que era cerca de três mil homens (Êx 32.28); enquanto Jesus, na inauguração da graça, através de Sua Igreja, em plena festa de Pentecostes salvou quase três mil almas (At 2.41).
2.2. O Tabernáculo como Tipo da Igreja.
Toda aquela construção em pleno deserto tinha mais significado, do que simplesmente um lugar de reuniões coletivas. Através da Tipologia, percebemos uma relação entre o Tabernáculo e a Igreja. Tanto o Tabernáculo quanto a Igreja nasceram como projeto divino para o Seu povo. O Tabernáculo foi erigido para que o povo pudesse cativar uma vida de adoração e santidade a Deus, assim como a Igreja tem o propósito de proporcionar comunhão uns com os outros e com o Deus Todo-Poderoso. A Igreja se torna maior que o Tabernáculo, pois a perspectiva do povo era a terra prometida, enquanto a perspectiva da Igreja é o arrebatamento, que nos levará para a cidade santa, a Nova Jerusalém. Cumprir-se-á o que fora dito por Jesus: “Onde Eu estiver, estejais vós também” (Jo 14.3).
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3 – A CARTA AOS HEBREUS E A EXCELÊNCIA DE CRISTO
O escritor aos Hebreus, inspirado pelo Espírito Santo, consegue associar as ideias doutrinárias e teológicas do AT e NT, ressaltando a supremacia de Cristo sobre os sacrifícios de animais e sua superioridade ao sumo sacerdote. Jesus é a consumação de todo o Tabernáculo.
3.1. Sacrifícios de animais e Jesus
Durante toda a instituição do Tabernáculo, animais eram oferecidos todos os dias para expiar os enésimos pecados do povo, porém, como bem descreve o texto sagrado, é impossível que sangue de bode e touro tire o pecado (Hb 10.4). Somente o sangue de Jesus, considerado o Cordeiro de Deus, é que tem poder para perdoar pecados. A remissão de nossos pecados é através do sacrifício do sangue de Jesus. Ele é o sacrifício perfeito que, não somente morreu pelos nossos pecados, mas também ressuscitou para nos dar uma esperança eterna. Enquanto os sangues de animais perdiam sua validade após o derramamento, o de Jesus ainda tem seu valor mantendo o Seu poder poder de remissão (Hb 9.28).
3.2. Sumo Sacerdote eterno
Outro fator a considerar é que, quando o escritor aos Hebreus fala de Jesus como Sumo Sacerdote, não fala de Sua ancestralidade aarônica, pois Jesus era da tribo de Judá. Como Jesus poderia ser Sumo Sacerdote? Jesus é o Sumo Sacerdote eterno segundo a ordem de Melquisedeque (Hb 7.17,21). Jesus tem um sacerdócio eterno e pode, perfeitamente, interceder pelos homens. A certeza que temos é de alguém que, como nós, em tudo foi tentado, porém não pecou. Isto o qualifica a se compadecer de nossas fraquezas. João foi feliz ao dizer que temos um advogado (1Jo 2:1), alguém que nos representa diante de uma instância superior. Em Cristo, temos a certeza de ser mais que vencedores por aquele nos amou (Rm 8:37).
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Subsídio Bíblico e Histórico
Para entender Jesus como Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque, precisamos ver sobre a Sua origem. Para João “no princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus“, A primeira verdade é estabelecida na frase “no princípio era o Verbo” é a autoexistência de Jesus: “No princípio, criou Deus os céus e a terra”, Gn 1.1. Jesus, assim como Deus, nunca dependeu de fatores externos pra que pudesse existir, nunca houve um momento da História em que Jesus não tivesse presente. O profeta Isaías (9.6), já havia dito que Jesus é o Pai da eternidade, ou seja; a eternidade existe por causa dEle. No NT, o escritor aos Hebreus (13.8), disse que Jesus é o mesmo ontem, hoje e eternamente. A segunda grande verdade é a coexistência, ou seja; o “Verbo estava com Deus”. Pelas Escrituras, sabemos que Jesus era e é parte integrante da Trindade, fazendo parte da criação do mundo, conforme o relato de João dizendo que “todas as coisas foram feitas pelos Verbo”. Percebemos também Jesus presente na criação do homem, na passagem de Gênesis 1.26: “Façamos o homem a nossa imagem, conforme a nossa semelhança”. Em Colossenses 1.16, Paulo diz que, em Cristo, foram criadas todas as coisas no céu e na terra, visíveis e invisíveis.(Texto Extraído do Livro Mistério do Evangelho – Pr. César Roza).
CONCLUSÃO
O AT veio apenas preparar os homens para algo maior da parte de Deus a revelação de Jesus Cristo.
Complementando
A Hermenêutica e a Exegese Bíblicas desempenham um importante papel na interpretação da Palavra de Deus, bem como na defesa da Fé. Estatísticas dizem que 70% das pessoas que se dizem cristãs não possuem conhecimentos básicos de sua fé.
Eu ensinei que
Jesus não somente põe fim a todo o sistema de sacrifício de animais, como também nos abre acesso ao Santo dos santos.
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