Lição 5 – Enfrentando as tensões no casamento

Lição 5 - Enfrentando as tensões no casamento

Texto Áureo

“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.” Filipenses 4.8

Verdade Aplicada

É muito importante que os cônjuges tenham a consciência de que saber lidar com os conflitos no casamento é fundamental para se construir um relacionamento sólido.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

ECLESIASTES 4
9 – Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho.
10 – Porque se um cair, o outro levanta o seu companheiro; mas ai do que estiver só; pois, caindo, não haverá outro que o levante.
11 – Também, se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só, como se aquentará?
12 – E, se alguém prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa.

Leituras Complementares

SEGUNDA: Gn 3.7 As tensões têm sua origem no próprio ser humano
TERÇA: Gn 3.8-9, 21 A ação divina em socorrer e restaurar as famílias
QUARTA: Mt 5.9 Agente pacificador dos conflitos familiares
QUINTA: Mt 15.19 A necessidade de sondar o nosso coração
SEXTA: Tt 2.4 O amor deve nortear a vida do casal
SÁBADO: Tg 4.1-4 Gerando uma transformação verdadeira

HINOS SUGERIDOS

Hino 18
Hino 186
Hino 459

Introdução

De acordo com Jaime Kemp: “Não existe casamento perfeito. É preciso reconhecer que relacionamentos profundos não surgem por acaso; eles são frutos do aprendizado de se viver juntos e de colocar em prática os princípios bíblicos [Tg 1.23-24]”.

1. A realidade das tensões

Já vimos na lição passada que o casal precisa precisa lidar com as diferenças. Na presente lição o foco é a realidade dos conflitos familiares, os quais podem surgir a partir das diferenças, como, também das imperfeições e limitações de cada membro da família ou, ainda, das dificuldades do dia a dia da vida neste mundo. A grande questão não é tanto as tensões, mas como enfrentar e resolver tais tensões.

1.1. As primeiras dificuldades familiares

O dicionário indica que “tensão”, figuradamente, expressa o sentido de “estado que ameaça romper-se”. Desde o início da humanidade, com a entrada do pecado, convive-se com o estado de tensão em todos os níveis de relacionamento. Independente do ambiente, a realidade das tensões tem sua origem no próprio ser humano, como revelado em Gênesis 3.7 – em pleno jardim do Éden, o primeiro casal experimentou desconforto, embaraço, vergonha, medo e dificuldade em lidar com sua “nova consciência do bem e do mal”, a partir de sua decisão em desobedecer a Deus. Contudo, o Senhor Deus não está indiferente, mas interessado em continuar agindo para socorrer e restaurar as famílias [Gn 3.8-9,21].

1.2. Tudo começa depois do sim

Segundo Estevão Souto, não existe um casal que nunca tenha enfrentado conflitos em sua jornada conjugal. O grande problemas é de ter embates, pois todos os casais, invariavelmente, enfrentam situações conflituosas. No dia a dia, saber lidar com eles de forma sábia é o que determina o sucesso ou o fracasso do relacionamento [Pv 24.3-4]. Afinal, trata-se de duas pessoas oriundas de ambientes diversos, com personalidades diferentes e cada uma com sua “bagagem hereditária”, que envolve vários aspectos da formação humana – físico, emocional, espiritual e educacional; e que, a partir do casamento, passam a vivenciar a mais íntima das relações humanas.

1.3. Sinais que antecedem o sim.

O Dr. Jaime Kemp, conselheiro familiar e conjugal, afirma: “Ainda que os investimentos durante o casamento sejam necessários e fundamentais, não há dúvidas de que um bom casamento se constrói durante o período que o antecede, o tempo de amizade, namoro e noivado”. Portanto, a preparação para assumir o compromisso matrimonial deve anteceder a preparação para o casamento – cerimônia, festa, lua de mel, lista de convidados etc. Deve anteceder o namoro. As igrejas locais muito podem contribuir, procurando conscientizar as famílias quanto ao seu papel em preparar os filhos também para a vida conjugal, através do exemplo e do ensino.

2. De onde surgem os conflitos?

Nenhum médico pode conter o avanço de uma doença sem antes diagnosticá-la. Assim também, jamais poderemos resolver um conflito, se não soubermos de onde ele se origina. Entender a origem dos conflitos é essencial para gerar uma transformação verdadeira [Tg 4.1-4].

2.1. Identificar a raiz dos problemas.

Para Estêvão Souto, quando estamos envolvidos em um conflito, nossa tendência é sempre focar no que o outro fez de errado e no que ele deve fazer para corrigir aquilo. Porém, a Palavra de Deus nos instrui a sondar o nosso coração [Tg 4.1-4; Mt 15.19]. Para praticar este “exercício” de sondar o próprio coração, precisamos da luz da Palavra de Deus, de ajuda do Espírito Santo e separar momentos de reflexão sobre a situação que estamos vivenciando, pois tais providências muito nos auxiliarão a vencermos a tendência de sermos precipitados no diagnóstico ou reducionistas na resolução dos conflitos.

2.2. Conflitos são oportunidades de crescimento.

Nossa maior missão nesse mundo é glorificar a Deus com nossas vidas. Quando visamos isto, compreendemos que os conflitos são oportunidades para colocarmos em prática vários princípios bíblicos. Se devemos amar o nosso próximo como a nós mesmos, ainda que ele nos desaponte e nos maltrate, o que não fazer com nossos cônjuges? [Lc 6.27-28]. Um casamento feliz não é aquele isento de brigas e decepções, mas aquele que as pessoas aprendem a vivenciá-los e enfrentar os conflitos decorrentes com maturidade e bom senso na presença do Senhor [1 Pe 5.7;Fp 2.5].

2.3. O egoísmo causa problemas

“O egoísta sempre causa problemas…” [Pv 28.25a – NTLH]. O discípulo de Cristo não deve ser dominado pelo egoísmo, pois gera contendas e é característica de quem anda na carne [1Co 3.3]. O casal cristão deve andar no Espírito [Gl 5.16,25]. Afinal, o amor “não busca os seus interesses” [1Co 13.5]. Portanto, cada cônjuge precisa sempre trazer à memória os princípios bíblicos que devem nortear o dia a dia no lar, pois evitarão ou auxiliarão na resolução dos conflitos dos conflitos [Mt 6.12; Ef 4.32].

3. Vencendo conflitos

O enfrentamento vitorioso dos conflitos familiares começa pelo reconhecimento da realidade dos mesmos, pois, enquanto não se percebe ou a decisão for negá-los, como uma fuga, não é possível enfrentá-los. Após reconhecer, é preciso agir com reflexão, oração e perseverança, tendo em vista que, conforme estudado nas lições anteriores, há um propósito divino na constituição da família, então não podemos considerá-la como algo sem importância ou descartável.

3.1. Problemas devem ser confrontados

A primeira coisa que devemos ter em mente, no que diz respeito aos conflitos na vida cotidiana, é que eles sempre irão existir, nunca estraremos livres deles. Assim, encará-los é a melhor solução. Em vez de confrontar a si mesmos e brigar por suas diferenças, o casal sábio procura ser um agente pacificador no enfrentamento dos conflitos familiares [Mt 5.9]. Casais não são inimigos, não lutam entre si. A luta do casal deverá sempre se voltar contra a natureza pecaminosa, o sistema mundano contrário a Deus e os seres espirituais da maldade [Ef 6.10-12].

3.2. Unidade e diálogo como prevenção

A unidade da família sempre dependerá do relacionamento que é mantido pelos cônjuges. O casamento se torna uma bênção quando um dos cônjuges toma a iniciativa de colocar o Senhor em primeiro lugar em todas as suas atitudes. O amor deve nortear a vida do casal [Tt 2.4; Cl 3.19; 1 Ts 3.12. O casal que anda unido resiste com maior facilidade e mais firmeza aos momentos difíceis da vida [Ec 4.9-10]. A falta de comunicação desencadeia sérios problemas para a vida familiar. Existem assuntos que não podem ser deixados para depois.

3.3. Perseverar sem nunca desistir

Casamentos estão sendo dissolvidos por coisas simples (o que demonstra urgência do povo de Deus resgatar o entendimento bíblico acerca do casamento – exposto nas lições 1 e 2), que poderia não acontecer se agíssemos com mais sobriedade, disciplina e responsabilidade. O cristão é chamado para agir diferente, também no casamento, pois é preciso ser perseverante  [Mc 19.9]. Desistir apenas comprova que não nos esforçamos o suficiente para fazer dar certo. Não é possível ter um casamento perfeito, mas é possível ser saudável, restaurado e fortalecido. Para tanto, é fundamental que, com a ajuda do Espírito Santo, procuraremos aplicar em nosso lar os diversos princípios expostos na Bíblia [Rm 13.8].

CONCLUSÃO

As tensões fazem parte do casamento. Ao discernirmos esta realidade, busquemos no Senhor sabedoria e habilidade no enfrentamento dos conflitos, pois, assim, resultarão em crescimento e maturidade do casal.
Revista Betel
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